Não consigo evitar voltar a lançar aqui o assunto do tsunami que varreu (quase literalmente) a costa do sudeste asiático. Não entendo como é que mesmo numa altura destas se continuam a diferenciar as pessoas consoante as suas nacionalidades e o seu estatuto. Se se tivesse que dar especial atenção a alguém, que se desse aos pobres dos habitantes locais. Esses não só estão a viver esta catástrofe neste momento, como a viverão por mais uns anos, enquanto que os turistas, assim que voltarem para as suas casinhas, terão as suas vidinhas exactamente como as deixaram antes de irem de férias. É claro que superar o trauma pode ser complicado, mas e aqueles que nem tempo têm para se aperceberem realmente das consequências psicológicas que o tsunami lhes provocou, porque estarão demasiado preocupados com a fome, com as doenças, com a reconstrução das suas casas? Não será isso mais importante?
E depois ainda nos aparecem personagens como a senhora Dulce Ferreira* , que acham chato já não poderem ter as condições que desejariam nas suas férias, mas que é uma boa experiência poder ver as coisas ao natural. É inacreditável.
*Para quem não conhece: http://despsi.blogspot.com/2004/12/miss-estupidez-2004.html#comment.