Monday, February 28, 2005

77th Academy Award

Depois de ler esta análise, nada mais tenho a acrescentar.

TPM (2)

Eu não diria melhor.

«Quem mandou vir frio?»

Hoje era um bom dia para ser passado assim:


... all day long...

Sunday, February 27, 2005

Apocalyptica feat. Ville Valo & Lauri Ylönen – Bittersweet

I'm giving up the ghost of love
in the shadows cast on devotion

She is the one that I adore
creed of my silent suffocation

Break this bittersweet spell on me
lost in the arms of destiny

Bittersweet
I won't give up
I'm possessed by her

I'm bearing her cross
She's turned into my curse

Break this bittersweet spell on me
lost in the arms of destiny

Bittersweet
I want you
I'm only wanting you
And I need you
I'm only needing you

Break this bittersweet spell on me
lost in the arms of destiny
Break this bittersweet spell on me
lost in the arms of destiny.

Já sabia através do site dos HIM que iria existir uma música em conjunto com os Apocalyptica mas nunca esperava que o resultado iria ser assim, tão... excelente! Nunca pensei que isto seria possivel. Porém há um detalhe de que não sou muito adepto, que é o facto da voz do Lauri ser mais aguda do que a do Ville o que esconde muito a voz do último. Mas pronto, é linda...

Como aumentar a produtividade laboral

Finalmente, o Governo pode ceder às reivindicações para que os salários sejam aumentados. Foi encontrada a solução para o problema de como aumentar a produtividade no trabalho: depois das salas de fumo, do ginásio e do centro de massagens no emprego, vêm aí as... salas de sexo.

A libertação da mulher LOL



Como a minha priminha anda numa fase da libertação da mulher... Esta está-se a libertar do que? De preconceitos, não? Também já não á mau.

Friday, February 25, 2005

Coldfinger - Cover Sleeve

I wonder if i ever let you down did you keep on moving
I wonder, when i took my feet from of your ground did you keep on going
If you ever need me, just remember
all the time when we wandered free
If you ever miss me, don't you know
that i feel the same way

I wonder, did i ever fail you
did you give up dreaming
I wonder, when i had to go
did you stop believing

Don't you know every soul must grow older
but our past belongs to you
and it should make you stronger

If you ever need me, just remember
all the time when we wandered free
If you ever miss me, don't you know
that i feel the same way

Don't stop moving, you must keep on going
don't you stop believing, you should go on dreaming
Don't stop moving, you must keep on going
don't you stop believing, you should go on dreaming
'cause its people like you that make the world go...

If you ever need me, just remember
all the time when we wandered free
If you ever miss me, don't you know
that i feel the same way

If you ever need me, just remember
and i'll always be there
If you ever miss me, don't you know
...don't you know...
...we will meet again
...we will meet again

Bússola Política

A pedido de alguns frequentadores menos assíduos deste blog, aqui fica o link para o teste da Bússola Política do Público. Recomenda-se.

Thursday, February 24, 2005

«Também quero...»


Se acaba el dia - Mintegui Bilbao José Angel (Olhares)

Tuesday, February 22, 2005

Monday, February 21, 2005

E aí vem ela...


... a chuva.

«Nature Unveiled»


Fotografia de Nox Satvrnii (Olhares)

And the winners are...


... a democracia, pela diminuição do número de abstenções, contrariamente a todas as expectativas.

... a esquerda, por finalmente ter "ultrapassado" a direita no número total de votos, com uma larga margem, algo inédito até ontem em Portugal.

... as sondagens, por terem ficado próximas dos resultados finais, apesar de todas as críticas.

E o triste é...

... o PS lá ter levado a maioria absoluta para casa.

Legislativas 2005: resultados finais no continente e ilhas

PS: 45,05% (120 deputados) 2.573.302 votos
PSD: 28,69% (72) 1.638.931
CDU: 7,57% (14) 432.139
CDS-PP: 7,26% (12) 414.855
BE: 6,38% (8) 364.296
PCTP/MRPP: 0,84% (0) 47.745
PND: 0,70% (0) 39.986
PH: 0,30% (0) 16.866
PNR: 0,16% (0) 9365
POUS: 0,10% (0) 5572
PDA: 0,03% 1604
Votantes: 5.711.981 (65,02%)
Abstenção: 3.072.721 (34,98%)
Brancos: 103.555 (1,81%)
Nulos: 63.765 (1,12%)


Dados actualizados pelo Secretariado Técnico dos Assuntos para o Processo Eleitoral (Stape)

Saturday, February 19, 2005

Da Weasel - Nunca me deixes

A noite era calma,
a chuva era intensa...
uma fartasana mas isso é sem ofensa..
sou eu e ela naquele fartote..amor, prazer...
e eu mostrava o meu forte...com muita calma..
com muito amor...ela naminha alma e eu gritando por favor...

Refrão:
Nunca me deixes preciso de ti
o amor é um loucura e tu precisas de mim em qualquer altura em qualquer lugar
sinto a tua presança até no meu olhar...(bis)

Meu amor..minha dor...meu prazer...
meu terror...razão de toda afé e desgraça no criador...
tarde de verão..noite de inverno...
brisa de paraíso ou chama de inferno...
és como dois em um...versão concentrada...
para a minha razão..angustiada serenata...
sempre ao meu lado..sempre longe de mim...
sempre mais que suficiente...sempre assim assim

Refrão:
Nunca me deixes preciso de ti
o amor é um loucura e tu precisas de mim em qualquer altura em qualquer lugar
sinto a tua presança até no meu olhar...(bis)

Embora...agora tudo passou!!..
ela endoideceu...e logo me largou...
sem preconceito andar á deriva...eu andava só...
e não tinha mais saida...agora meu irmão..
pensa um bocado...como passarias se estivesses neste caso...
entre duas paredes num lugar estreito...
é como querer nadar sem ter o braço direito!!!

Refrão:
Nunca me deixes preciso de ti
o amor é um loucura e tu precisas de mim em qualquer altura em qualquer lugar
sinto a tua presança até no meu olhar...(bis)

interrupção instrumental...

Nunca me deixes preciso de ti
o amor é um loucura e tu precisas de mim em qualquer altura em qualquer lugar
sinto a tua presança até no meu olhar...(bis)


Esta música marcou-me... Pronto, que querem que eu faça?
DA WEASEL FAN!!

Thursday, February 17, 2005

O Fogo!




És o fogo da minha vida
A razão do meu viver
A tua alma é me querida
Razão para eu morrer

Vivo sem ti,
Ou tento viver?
O que irei fazer aqui?
Controlo o meu ser...

O fogo que não aquece
O sentimento que grita
O fogo que desvanesce
A minha alma aflita

Apenas controlo
A minha incandescência
O teu fogo é o meu âmago
Tu minha impenitência...

Wednesday, February 16, 2005

O desejo...





A morte, que tanto desejamos...Ou não? Talvez tenhamos medo dela, mas no fundo julgo que todos queriamos sentir-nos mortos, para ver qual a sua sensação. Não sei, falo por mim. Não para nos mantermos mortos, mas sim para apenas saber o que será daqui a uns anos. Julgo que apenas vivemos uns tempos assim. Ai vida... Não te damos o devido valor, mas também não podemos dar mais. E quanto à morte, aqui a esperamos.
Perguntam vocês: Mas o que tem esta imagem a ver com a morte? Eu leio na imagem o drama da solidão, e que há de mais morto que a solidão? Quando estamos sós, só desejamos a morte, daí uma faca ao lado da rapariga. Difícil talvez definir o que é estar só, mas isso não se explica, sente-se. Só através daquele mistério é uma simples icógnita... E pergunto eu: Será que quando queremos estar sós, é quando desejamos a morte?...

Alexandre MM Caetano

Amor...

Nao sei se terei muita coisa a dizer sobre este sentimento inesplicável, visto ser um sentido contraditorio como diz a frase que todos conhecem: "Amor é fogo que arde sem se ver, é ferida que doi e nao se sente, é um contentamento descontente...".
Sentidos contraditórios, este sentimento mais abstracto que todos os outros, e complicado na sua perfeição...
Perfeição?! Terei dito perfeição?! Será tão perfeito um sentimento que nos faz sofrer, até a mais sentida lagrima cair?
Será perfeito um sentimento que causa muitos outros tais como ciúme ódio e vingança?
Para mim é. O ódio nao provoca amor, a vingança também não. Só o amor tem poder para tal, por tanto amarmos uma pessoa, acabamos por fazer coisas que provávelmente não se explicam como vindas do amor. O amor nao traz só beijos, carinhos, abraços e felicidade. Desengane-se quem pensar que assim é. O amor traz consigo um turbilhão de sentimentos por vezes indesejados. Porque amar nao é aceitar tudo, aliás, onde tudo é aceite desconfio que haja falta de amor.
Será que alguém poderá dizer que sente amor?! Ninguém sabe qual é o limite, "amo muito" será suficiente para dizer que é amar? Dizer "amo pouco" será que já é amar? É difícil entender, já que a medida do amor é amar sem medida.
Nao sou ninguém para estar aqui a dizer isto, apenas tento perceber uma coisa que nunca ninguém conseguirá explicar.
Porque amar nao é o que queremos sentir mas sim o que sentimos sem querer.
O amor não conhece o que se possa chamar de vitória, apenas alguns pequenos sucessos estratégicos, antes do desastre final, da morte ou da indiferença.

Quem ama demais, nao ama o suficiente...

«Sede»

Fotografia de Elizete Nascimento (Olhares)


O mundo gemente já
nem se lembra de mim
Eu estou tão diferente que até dá
vontade de rir
E nada me diz
que eu vou sair daqui

Na terra onde o sol se põe
com tons de rubi
até os cães a ladrar
me lembram de ti
E nada me diz
que eu vou sair daqui

E a mente não que descansar
A SEDE não pode acabar
E os dias seguem
e os dias seguem
e...
nada vem a seguir

E gente lá fora a passar
gente igual a mim
que vida andará a levar
para correr tanto assim?
E nada me diz
que eu vá sair daqui

Já nada me resta para dar
nem sequer a ti
Agarro alguém para dançar
e ver que posso te sentir
E nada me diz
que eu vá sair daqui

Balada da SEDE - Jorge Cruz


Tuesday, February 15, 2005

«Can you feel it?»


Marcus Gebin (Olhares)


Há imagens que realmente dizem tudo...

Uma questão de...


(Dedicado à nossa querida amiga Paula Bobone. Para que saibam que neste blog ninguém fica esquecido...)

Nunca é demais lembrar que...

... a informação é o primeiro passo para a protecção.

Magnolia


Há falta de chuva, não é? Não se preocupem... Afinal, sempre pode chover sapos.

Monday, February 14, 2005

«Amo-te»

Albanês - Te dua
Alemão - Ich liebe dich
Alemão (Suíço)- Ich lieb' Di'
Árabe (Marrocos) - Ana moajaba bik
Árabe (para homem) - Ana behibak
Árabe (para mulher) - Ana behibek
Arménio - Yes kez sirumen
Bahasa (Indonésia) - Saya cinta padamu
Bambara - M'bi fe
Bangla - Aamee tuma ke bhalo aashi
Bielorusso - Ya tabe kahayu
Bisaya - Nahigugma ako kanimo
Búlgaro - Obicham te
Cambojano - Soro lahn nhee ah
Catalão - T'estimo
Checo - Miluji te
Cheyenne - Ne mohotatse
Chichewa - Ndimakukonda
Chinês (Cantonês) - Ngo oiy ney a
Chinês (Mandarim) - Wo ai ni
Concani - Tu magel moga cho
Coreano - Sarang Heyo
Corso - Ti tengu caru (para homem)
Crioulo (francês) - Mi aime jou
Croata - Volim te
Dinamarquês - Jeg Elsker Dig
Eslovaco - Lu`bim ta
Esloveno - Ljubim te
Espanhol - Te quiero / Te amo
Esperanto - Mi amas vin
Estónio - Ma armastan sind
Etíope - Afgreki'
Faroês - Eg elski teg
Farsi (Irão)- Doset daram
Filipino - Mahal kita
Finlandês - Mina rakastan sinua
Francês - Je t'aime, Je t'adore
Gaélico - Ta gra agam ort
Gaélico (Escócia) - Tha gra\dh agam ort
Galês - 'Rwy'n dy garu
Georgiano - Mikvarhar
Grego - S'agapo
Gujarati - Hoo thunay prem karoo choo
Havaiano - Aloha wau ia oi
Hebreu (para homem) - Ani ohev et otha
Hebreu (para mulher) - Ani ohev otah
Hindu - Hum Tumhe Pyar Karte hae
Hmong - Kuv hlub koj
Holandês - Ik hou van jo
Hopi - Nu' umi unangwa'ta
Húngaro - Szeretlek
Inglês - I love you
Inuit (Esquimó) - Negligevapse
Irlandês - Taim i' ngra leat
Islandês - Eg elska tig
Italiano - Ti amo
Japonês - Aishiteru
Latim - Te amo
Letão - Es tevi miilu
Libanês - Bahibak
Lituano - Tave myliu
Malaio - Saya cintakan mu / Aku cinta padamu
Malayalam - Njan Ninne Premikunnu
Marathi - Me tula prem karto
Mohawk - Kanbhik
Nahuatl - Ni mits neki
Navajo - Ayor anosh'ni
Norueguês - Jeg Elsker Deg
Papiamento - Mi ta stimabo
Persa - Doo-set daaram
Polaco - Kocham Ciebie
Português - Amo-te
Romeno - Te ubesk
Russo - Ya tebya liubliu
Servo-croata - Volim te
Sioux - Techihhila
Suahili - Nakupenda
Sueco - Jag alskar dig
Swahili - Ninapenda wewe
Tagalog - Mahal kita
Tahitiano - Ua Here Vau Ia Oe
Tailandês - Chan rak khun (para mulher) Thai - Phom rak khun (para homem)
Tailandês - Wa ga ei li
Tamil - Nan unnai kathalikaraen
Turco - Seni Seviyorum
Ucraniano - Ya tebe kahayu
Urdu - mai aap say pyaar karta hoo
Vietnamita - Anh ye^u em (para mulher)
Vietnamita - Em ye^u anh (para homem)
Yiddish - Ikh hob dikh
Yoruba - Mo ni fe


«O homem não morre quando deixa de viver, mas sim quando deixa de amar.»


Charlie Chaplin


«Amar é querer estar perto, se longe; e mais perto se perto.»


Vinícius de Moraes

Saturday, February 12, 2005

NÃO QUERO!!

Não quero esta merda de vida. As coisas pareciam estarem-se a endireitar, mas não posso viver assim! Foda-se! Puta de vida! Por mais que se tente não dá! Cá por dentro estou cada vez mais convencido a mudar de cidade. Estou incapaz de viver com velhos xonés em casa! Não dá para mim! E se assim for, mudarei mais cedo do que o previsto. Não dá! Mas que merda é esta de ter de aturar um velho que não me é nada na familia? Por obrigação, não? Não dá! Em breve irei enlouquecer. E como é obvio, isto depois muda tudo, já em casa começaram as chatices, porque irei ter que alterar alguns hábitos meus. Eu? MAS QUE MAL FIZ EU?! Não, o resto que se habitue! Estou incapaz de mudar em mim, no meu feitio seja o que seja, quem gosta, gosta, quem não gosta, que se mude! Mas agora já nem em minha casa estou à vontade? Foda-se! Vão mas é todos PÁ PUTA QUE OS PARIU! Não tenho culpa nenhuma em que ninguém bata bem da bola nesta familia, não vou ser eu a levar com isto! Não! Não quero! Agora olha, vivam eles, que mais depressa morrerei a sobreviver assim!



MAS QUE MAL FIZ EU?!...

Friday, February 11, 2005

Mais um esclarecimento: o Carnaval e a Páscoa

Curiosidades sobre o Carnaval...

A palavra Carnaval tem sido estudada ao longo dos tempos por vários pesquisadores. Segundo François Rabelais, no livro A Cultura Popular da Idade Média refere que «na segunda metade do século XIX, numerosos autores alemães defenderam a tese que a palavra carnaval viria de Kane ou Karth ou lugar santo, isto é comunidade pagã, os deuses e seus seguidores, e de Val ou Wal ou morto, assassinado, que dizer procissão dos deuses mortos, uma espécie de procissão de almas errantes do purgatório identificada desde o século XI pelo normando Orderico Vital, como se fosse um exército de Arlequins desfilando nas estradas desertas buscando a purificação de suas almas. Essa procissão saía no dia do Ano Novo, durante a Idade Média».
Para outros estudiosos, vem de Carrum Navalis, os carros navais que faziam a abertura das Dionisías Gregas nos séculos VII e VI a.C. e, para outros, a palavra Carnaval surgiu quando Gregório I, o Grande, em 590 d.C. transferiu o início da Quaresma para quarta-feira, antes do sexto domingo que precede a Páscoa. Ao sétimo domingo, denominado de “quinquagésima” deu o título de “dominica ad carne levandas”, expressão que se teria sucessivamente abreviado para “carne levandas”, “carne levale”, “carne levamen”, “carneval” e “carnaval”, todas variantes de dialectos italianos e que significam acção de tirar, quer dizer: “tirar a carne”. A terça-feira seria legitimamente a noite do carnaval. Seria, em última análise, a permissão de se comer carne antes dos 40 dias de jejum, Quaresma.
A origem do Carnaval vem do inconsciente colectivo dos povos. A Portugal, os festejos carnavalescos chegaram nos séculos XV e XVI. Nessa época, as ruas enchiam-se de pessoas que encenavam verdadeiras lutas. Havia o hábito de se comemorar o Entrudo à vassourada e à bordoada com colheres de pau. Em 1817 surgem os primeiros editais, fixados pelo intendente geral de polícias, a limitar as brincadeiras desta época festiva. Já nos finais do séc. XIX, as cidades de Porto e Lisboa quiseram pôr fim aos excessos e começaram a organizar bailes de máscaras em clubes. A chegada do Entrudo é festejada nas localidades portuguesas, com mais ou menos entusiasmo, de acordo com a tradição carnavalesca da região. Estando a origem das máscaras relacionadas com cultos antigos, o imaginário de um indivíduo é invadido por fantasias, e o ritual de transformação é preconizado todos os anos, como que uma metamorfose social.
por CRISTINA CORREIA
Lamego Hoje - 26-02-2004

Páscoa - Tradições e Símbolos

As Tradições e Símbolos Pascais
A Páscoa que celebramos nos dias de hoje pouco ou nada tem a ver com a que era inicialmente celebrada, tendo sido deturpada ao longo do tempo, sobretudo com a introdução de inúmeros rituais de origem pagã.
A palavra Páscoa tem origem no hebraico Peseach, que significa passagem, transição. A Páscoa cristã é ela própria uma adaptação das celebrações judaicas da Páscoa, em que se celebra a libertação do povo Judeu e a passagem do Egipto para a Terra Prometida através do Mar Vermelho, chefiada por Moisés. Os primeiros cristãos, sendo principalmente judeus que abraçaram a nova religião, continuaram a celebrar a libertação do povo judeu mas atribuíram-lhe um novo significado, utilizando como mote um outro tipo de passagem - a da morte para a vida, com a ressurreição de Jesus que, por coincidência, teve lugar na altura em que os judeus celebravam a sua Páscoa.
Da Páscoa cristã ficaram-nos as seguintes tradições e símbolos:
- a Cruz da Ressurreição: representa o sofrimento e a ressurreição de Jesus Cristo.
- o Cordeiro: simboliza Cristo, que é o filho e cordeiro de Deus, sacrificado em prol de todo o rebanho (humanidade). Embora tido como símbolo da Páscoa cristã, o cordeiro já era muito importante na Páscoa judaica e nos cultos Teutónicos, onde era frequente o sacrifício de animais aos deuses.
- Pão e Vinho: representando o corpo e sangue de Jesus, o pão e o vinho são dados aos seus discípulos, para celebrar a vida eterna.
- o Círio: vela de enorme dimensão que se acende no sábado de Aleluia, que simboliza "Cristo, a luz dos povos". Alfa e Ômega nela gravadas querem dizer: "Deus é o
princípio e o fim de tudo".
A palavra anglo-saxónica que significa Páscoa (Easter) tem origem pagã: deriva de Eastre, o nome da deusa Teutónica símbolo da primavera e da fertilidade, tradicionalmente celebrada durante o mês de Abril. Deste culto da natureza pelos antigos ficaram-nos tradições como a dos ovos de Páscoa e do Coelhinho da Páscoa. De facto, os coelhos simbolizam fertilidade e os ovos coloridos vida renovada, um velho ciclo que termina para dar lugar a outro que começa na Primavera. Nos países de influência anglo-saxónica são muito comuns os jogos com ovos coloridos, e a imagem dos coelhinhos é uma constante durante todo o período de celebração da Páscoa.
- Coelhinho da Páscoa: esta tradição nasceu na Alemanha, há muitos séculos, pelo que se dizia às crianças que os coelhos levavam os ovos e os escondiam nas ervas. Na manhã do dia de Páscoa as crianças tinham de procurar os ovos escondidos pelos coelhinhos.
- Ovos da Páscoa: os ovos de Páscoa são um costume típico de muitos países. Quer sejam ovos de galinha pintados, tradicionais sobretudo na Polónia e na Ucrânia, quer ovos de chocolate envoltos em papel decorativo brilhante, recheados de amêndoas e enfeitados com bonitas fitas, segundo os costumes mais ocidentais, o que é certo é que os ovos fazem parte do nosso imaginário pascal.
A datação da Páscoa
Ao contrário do que acontece com outros feriados e celebrações religiosas, a Páscoa não tem uma data fixa. Assim, no Concílio de Niceia (séc. IV d.C.) convencionou-se que a data da Páscoa fosse calculada em função da lua, entre os dias 22 de Março e 25 de Abril. Deste modo, o domingo de Páscoa é marcado para a primeira lua cheia depois do início da Primavera. Sendo que a Primavera se inicia a 21 de Março, a lua cheia determina que a Semana Santa se celebre entre 8 (Domingo de Ramos) e 15 de Abril (Domingo de Páscoa).Os quarenta dias que antecedem o Domingo de Páscoa denominam-se Quaresma, que para os cristãos é um período de oração, penitência e (alguma) abstinência, embora hoje em dia em Portugal estas práticas não sejam tão rigorosas como antigamente. A título de exemplo, no passado, durante a Quaresma, havia a total proibição de ingestão de alimentos de origem animal; nos dias de hoje, e em apenas alguns lares, apenas se evita comer carne à sexta-feira, enquanto dura a Quaresma.
Fonte: Comezainas

Thursday, February 10, 2005

O suicídio

O suicídio, mesmo cometido em público, persiste como o mais misterioso acto do ser humano. Todos os anos, cerca de 600 pessoas se suicidam em Portugal e talvez umas 24000 protagonizem comportamentos para-suicidas, designadamente intoxicações voluntárias ou corte de pulsos, ao ponto de serem atendidas em Serviços de Urgência. Sendo dois universos populacionais distintos, parece que aqui e além se entrecruzam. Em ambos se anunciam pessoas sofridas por quaisquer mágoas. Em ambos se observa que provam o sabor amargo do desespero. A dor que não está limitada ao corpo. A solidão que não deixa ver horizontes. Se uns foram apenas interpretados como viajantes para a morte, outros quiseram tão só espreitar a morte longinquamente. Os primeiros evidenciam uma aparente maior determinação no gesto final, com menor probabilidade de reverter o destino escolhido. Os segundos, torturados pela ambivalência, exibem um jogo comunicacional de manipulação, como um xadrez de sentimentos envolvendo o próprio corpo. No fio da navalha, no risco de todos os perigos, às vezes entre a vida e a morte. Assim se manifestam desamparos e revoltas.
Em Portugal, do ponto de vista epidemiológico, o suicídio mantém o cenário de há decénios, a mesma dualidade do desespero. A Sul de Santarém: elevadas taxas de suicídio, em particular no sexo masculino acima dos 60 anos, com destaque para o Alentejo, um verdadeiro caso-estudo. A Norte de Santarém: baixas taxas de suicídio, muito à custa do Minho e do Grande Porto. O que também surge invariável ao longo dos tempos é a proporção do suicídio entre sexos (relação homem/mulher de 3:1). Em termos de prevenção, o facto de 30% de todos os suicídios ocorrerem após os 70 anos de idade poderá indiciar uma orientação específica, no sentido de contrariar tais determinantes. Na verdade, Portugal não tem o drama de outros países onde o suicídio juvenil é um problema sério. Ao invés, os números do para-suicídio mostram uma tendência crescente, acima da média europeia, principalmente nos adolescentes e adultos jovens do sexo feminino.
A Sociedade Portuguesa de Suicidologia foi fundada em 16 de Dezembro de 2000, mas desde 1996 que já germinava a ideia desta associação científica, a partir das 1as Jornadas sobre Comportamentos Suicidários, em Condeixa. Resultante da confluência de saberes e de investigadores de diferentes disciplinas à volta do estudo das condutas suicidas, a Sociedade Portuguesa de Suicidologia pretende-se desperta para essa realidade do quotidiano. Foi nesta perspectiva que em 21 e 22 de Março levámos a cabo o Simpósio “Solidão e Melancolia” no Instituto Politécnico de Beja. O dinamismo e da abertura desponta agora a construção e a divulgação deste “site”. Envolva-se, contribua com ideias.
Seja bem-vindo.
Professor Doutor
Carlos Braz Saraiva
Presidente da Sociedade Portuguesa de Suicidologia

“O aparente bem estar de um jovem, nomeadamente o viver ‘tudo bem’, podem esconder um grande sofrimento interior, que só uma relação de maior proximidade poderá detectar. Estejamos, pois, atentos à nossa volta, para tentarmos evitar um gesto fatal. Se porventura ele acontecer, devemos interrogar-nos em silêncio sobre o que terá falhado e divulgar os serviços de ajuda já existentes no nosso país, de modo a evitar outras mortes”

(Daniel Sampaio, 1999, in revista Adolescentes, nº 11, ano 3, pág. 10)

"A autodestruição surge após múltiplas perdas, fragmentos de dias perdidos ao longo dos anos, rupturas, pequenos conflitos que se acumulam hora a hora, a tornar impossível olhar para si próprio. O suicídio é uma estratégia, às vezes uma táctica de sobrevivência quando o gesto falha, tudo se modifica em redor após a tentativa. E quando a mão, certeira, não se engana no número de comprimidos ou no tiro definitivo, a angústia intolerável cessa naquele momento e, quem sabe, uma paz duradoura preenche quem parte. Ou, pelo contrário e talvez mais provável, fica-se na dúvida em viver ou morrer, a cabeça hesita até ao último momento, quer-se partir e continuar cá, às vezes deseja-se morrer e renascer diferente."

(Daniel Sampaio, 2000, em Tudo o que Temos Cá Dentro, pág. 152)
Este artigo pois hoje uma tia minha suicidou-se. Não sabemos porquê, mas aconteceu.
Tia se respeitasses os que cá ficam, não farias isto. Ficámos tristes com a noticia, além disso, não havia razões para o fazeres. Talvez tivesses as tuas, mas não o devias ter feito. Não sabemos o que se irá passar agora com o tio que também já não está totalmente são. Veremos, e apesar de não concordar com a tua atitude, descansa em paz.

Tuesday, February 08, 2005

Afinal ainda existem estrelas conscientes. Sempre pensei que esta fosse uma espécie já em extinção. Vale a pena ver isto. A familiaridade da voz não é mera coincidência.

Entre Nós e o Sangue

Fim de uma semana de trabalho mais comprida do que o habitual. Antes de desligar o computador e a luz para respirar a folga, uma jornalista marca, de forma quase automática, os números dos telefones da polícia, dos bombeiros, das brigadas de trânsito. Nada de novo? Do outro lado da linha, a simpatia automática e empática com a camada de protecção que ambos deixámos crescer: "Vários acidentes com feridos, mas nada de grave, não há mortos." Boa noite e pronto. Desligar o computador, e deitar uma última olhadela à televisão, onde a guerra enche o ecrã, um ecrã limpo de sangue e cheio de senhores engravatados, que, com uma serenidade impossível, comentam a guerra que acontece muito longe de nós. Um descanso, esta distância.
Desligar a televisão, apagar a luz, respirar a folga no ar frio da noite até entrar no carro, rodar a chave, e sentir a cabeça já muito longe da semana que foi longa de mais, e agora a jornalista sou eu, que fecho a semana com uma condução automática e desatenta, que de repente é alertada por um corpo no chão. Uma travagem brusca. Um corpo no chão. Um carro alguns metros atrás com dois namorados - dois namorados? - abraçados por detrás de um vidro amolgado. Percebo aos poucos que o vidro foi amolgado pelo corpo que está no chão e penso o corpo está morto e lamento não ter um telefone à mão para fazer de conta que nada me toca e perguntar à polícia: o corpo está morto? Pego no telemóvel, marco o 112. Há um corpo no chão. Não, não sei se está morto, normalmente é ao contrário, eu pergunto e vocês respondem e nenhum de nós tem emoção na voz.
Mas não, o corpo não está morto, tem o braço direito numa posição impossível, mas ergue o tronco num olhar vago de sangue em direcção ao carro onde estão dois namorados abraçados, e que afinal não são dois namorados, são um homem em estado de choque e uma mulher que lhe diz que não, que ele não teve culpa, e nenhum deles sai do carro para atender ao corpo no chão. Que falta me faz um bloco de apontamentos, uma caneta, um gravador, sei lá, que se erga entre mim e o corpo no chão. E que falta me faz uma outra língua quando percebo que o corpo é ucraniano e repete sem cessar "police no"; e que falta que me faz a profissão, agora, que não sou jornalista, que sou uma mulher ajoelhada no chão, a beber a terrível solidão de um homem que não é notícia, que está ferido, que não tem amigos ou familiares em Portugal e que só pede "police no". Que falta me faz a televisão, para me distrair deste sangue que aqui está perto e é real e que quase posso tocar. Que falta faz este sangue àqueles senhores engravatados que há bocado falavam num cenário demasiado limpo e por isso podiam opinar, sem emoção, sobre uma guerra que parece ser longe de mais.
Mas não, não há televisão, nem bloco de apontamentos, nem caneta. E eu que a chamei, à polícia, quase peço desculpa a este corpo que me pede "police no". Não estou habituada a esta coisa de acidentes, a não ser que esteja à secretária, a telefonar e a perguntar se há feridos e a pensar que um só ferido não justifica a notícia e por isso se faz favor não se mexa, e digo-o em todas as línguas, e algumas devem ser tão inventadas que ele teima em mexer-se e só repete "police no!" e não percebe que, de cada vez que o diz, se me liberta uma camada de pele, e outra e outra, de tal modo que, quando a ambulância e a polícia chegam, há dois corpos no chão, o meu e o dele, feridos, desprotegidos, perdidos e sós.



Por GRAÇA BARBOSA RIBEIRO
Público - Sábado, 22 de Março de 2003



(confirmados até à data)

Gostaria de acrescentar aqui um outro... :)

Sunday, February 06, 2005

Campanha Eleitoral - Os truques (ou não)

Não sei se será de admirar, no contexto em que nós, portugueses, nos encontramos, que os partidos políticos se deparem com a necessidade de "comprar" apoiantes (figurantes) que assistam aos seus comícios, para que não falem para salas vazias, para que tenham ainda quem os oiça (ou o pareça fazer). O insólito é o povo vender-se por tão pouco. Ou não será? Afinal é apenas à «bom português»: quem resiste a uma ementa de porco na brasa, regado com uma garrafita de vinho, à borla? Pois... De barriga cheia, ouve-se qualquer coisa, mesmo que, mais tarde, se tenha uma forte indigestão. «O que é que isso interessa?»

Meia hora antes do comício do PS arrancar ainda os autocarros fretados pela estrutura local do partido despachavam gente de todo o distrito à porta da sessão socialista. E já tudo é feito às claras!
O PSD, algumas centenas de metros ao lado, contratou meia dúzia de porcos que espetou na braza, e serviu bem regados de vinho a quem aceitasse ficar para ouvir os oradores "laranja".
Enquanto isso Santana mandara um dos seus homens sombra espiar a concentração socialista.
A Câmara socialista de Castelo Branco contratara entretanto um grupo de folclore para abrilhantar um comício partidário.Sócrates e Santana cantaram ambos vitória, depois de contadas as espingardas. Mas que vitória?
Nós sabemos que eles sabem como se enche uma praça ou um pavilhão. As espingardas estavam mais do que contadas antes do arranque do combate.»
Pedro Coelho

(Nota: o "contratou meia dúzia de porcos" também não me soou bem, mas não é da minha autoria... E do PSD pode esperar-se tudo, não é?)

No entanto, mesmo com toda esta organização, a cedência de transportes gratuitos, a «contratação de porcos» e de ranchos folcolóricos, a oferta de vinho (tudo pago por nós, contribuintes), as salas não se encheram... Isto sim é realmente de admirar. Sinal dos tempos que correm?

Saturday, February 05, 2005

Debate PS/PSD


«Os portugueses preferiam que o debate tivesse sido esmagador para uma das partes. Teriam menos trabalho a decidir em quem votar. »

Ricardo Costa


Fonte: SIC Online

Friday, February 04, 2005

Homenagem a Bush


(vale a pena clicar na foto para a ampliar)

Thursday, February 03, 2005

Donna Maria - Sempre para sempre

Há amor amigo,
Amor rebelde,
Amor antigo,
Amor de pele...

Há amor tão longe,
Amor distante,
Amor de olhos
E amor de amante.

Há amor de Inverno,
Amor de Verão,
Amor que rouba
Como um ladrão...

Há amor passageiro,
Amor não amado,
Amor que aparece,
Amor descartado...

Há amor despido,
Amor ausente,
Amor de corpo
E sangue bem quente

Há amor adulto,
Amor pensado,
Amor sem insulto
Mas nunca, nunca tocado...

Há amor secreto
De cheiro intenso,
Amor tão próximo,
Amor de incenso...

Há amor que mata,
Amor que mente,
Amor que nada, mas nada...
Te faz contente... Me faz contente...

Há amor tão fraco,
Amor não assumido,
Amor de quarto
Que faz sentido

Há amor eterno,
Sem nunca talvez...
Amor tão certo,
Que acabe de vez.

Há amor de certezas
Que não terá dor,
Amor que afinal,
É amor sem amor.

O amor é tudo, tudo isto...
E nada disto... para tanta gente
É acabar num amor igual.
E começar, um amor diferente...

Sempre... Para sempre... Para sempre...


Esta música, que não será bem uma música, mas sim diversas definições de amor, foi me ofertada pela Sue, priminha do meu coração. ihih
Quem brincar com ela, brincará comigo, porque com o amor não se brinca. Há tantos momentos em que desejamos a solidão, mas talvez não no amor... Amor não se faz sozinho, não se consegue viver só. Momentos de isolamento, momentos de calma espiritual. Desejamos o que não temos, e tantas vezes até temos o que desejamos, mas não sabemos dar o devido valor, triste, mas real. Boa sorte para ela e que nunca chegue um dia em que temos de nos separar, por qualquer razão que seja.

Wednesday, February 02, 2005


Explicação básica das suas fases para leigos (entenda-se: homens)

Fase 1 - a Fase Meiguinha
Tudo começa quando a mulher começa a ficar ternurenta, muito carinhosa. Bom sinal? Talvez, se não fosse mais do que o normal. Ela abraça-o nada, fala com aquela vozinha de criança e com todas as palavras no diminutivo. A fase começa chegar ao fim quando ela diz que está com uma vontade absurda de comer chocolate. O que se segue, é uma mudança subtil desse comportamento, aparentemente inofensivo, para um temperamento um pouco mais depressivo.


Fase 2 - a Fase Sensível
Ela passa a emocionar-se com qualquer coisa, desde uma pequena rachadura em forma de gatinho no azulejo em frente à sanita, até a uma repetição de um documentário sobre a vida e a morte trágica de Lady Di. Esse período atinge um nível crítico com uma pergunta que assombra todos os homens, desde os mais inexperientes até aos mais entendidos no assunto:
"Achas que eu estou gorda?"
Notem que não é uma simples pergunta retórica. Reparem na entoação, na escolha das palavras. O uso simples do verbo "estou" em vez da combinação "estou a ficar", torna o efeito da pergunta muito mais explosivo do que se possa imaginar. E essa pergunta é só o começo da pior fase da TPM. Essa pergunta é a linha divisória entre essa fase sensível da mulher para uma fase mais irascível.


Fase 3 - a Fase Explosiva
Esta é a fase mais perigosa da TPM. Há relatos de mulheres que cometeram verdadeiros genocídios nesta fase. Provavelmente, até várias limpezas étnicas foram comandadas por mulheres na TPM. Exagero à parte, realmente esta é mesmo a "TAL" fase. Ele chega à casa dela, ela está de pijama, de pantufas e descabelada. A cara não é das melhores quando ela lhe dá um beijo bem rápido, seco e sem língua. Depois de alguns minutos de silêncio total da parte dela, ele percebe que ela está a assistir àquele canal japonês que nem ela nem ele sabem o nome. Parece ser uma novela ambientada na era feudal. Sem legendas... Então, meio sem graça, sem saber se fez alguma coisa errada, ele faz aquela famosa pergunta: "Tá tudo bem?". A resposta é simples e seca: "", sem olhar na cara dele. Não satisfeito, ele emenda um "Tens a certeza?",que é respondido mais friamente ainda e com um resmungo baixo e cavernoso "teenhoo...". Aí, ele desiste e passa a tentar acompanhar o que Tanaka está a tramar para conseguir tirar Kazuke de Joshiro, o galã da novela que...
- Merda, vês?! - resmunga ela de repente.
A Fase Explosiva acaba de atingir o seu auge com essa pergunta. Sem querer, ele acabou de puxar o gatilho. O que se segue é algo do tipo:
- Tu não me ligas nenhuma! Eu aqui quase a chorar e nem sequer me perguntas o que tenho! Mas claro! Só sabes falar de ti próprio! Ah, o teu dia foi uma merda? O meu também! E nem por isso eu fico para aí a lamentar-me como tu! E pára de me olhar com essa cara! Essa que tu fazes, e que sabes que me irrita! E não sabes! Aquele vestido que me deste ficou apertado! Aaaai, eu fico looooouca quando essas coisas me acontecem! Também, não quiseste ir comigo ao centro comercial trocar aquela merda! O pior de tudo é que hoje, quando estava a ir para o trabalho, um motoqueiro meteu-se comigo e tu não fizeste nada! Para que servem esses treinos todos? Ah, não estavas comigo? Por que não estavas comigo na altura? Tavas com alguma vagabunda? Aquela tua colega de trabalho, só pode ser ela. E nem pra me trazer uma porra de um chocolate! Cala-te! Só a tua voz já me irrita! Aliás, vai-te embora antes que eu faça alguma asneira. Sai-me da frente!"
Desnorteado, ele vai-se embora. Tenta dar um beijinho de boa noite e quase leva uma dentada.


Fase 4 - a Fase da Cólica
No dia seguinte o telefone toca. É ela, com uma voz chorosa, dizendo que está com uma cólica absurda, de não conseguir nem andar. Ele vai a casa dela e ela recebe-o de uma forma dócil, super amável. Faz uma cara de coitada, como se nada tivesse acontecido na noite anterior, e pede-lhe para ir à farmácia comprar uma tonelada de Trifenes ou Buscopans para acabar com a dor dela. Ele sai para comprar o remédio meio aliviado, meio desconfiado. E pronto! A paz reina novamente.

Excerto do Alvim

"Escrevi o teu nome em todas as paredes. À medida que avançaste pela Avenida da Liberdade, o teu ar de espanto foi aumentando até ao clímax absoluto que se deu no preciso instante em que viste, no cimo do céu, uma avioneta que transportava um pano enorme com a frase «I miss you baby!».
Como sempre, foi pouco para ti. Porque eu saibo-te a pouco, porque te saibo a nada, porque eu não existo, pronto. Não te vejo, mas sinto-te. Não estou contigo, mas tu estás aqui. Dentro de ti está tudo muito escuro, mas aqui deste lado, enquanto o sol da manhã me entra pela janela como se fosse uma brisa muito fresca, o tempo está claro.
O teu cheiro está sediado na minha alma. Não adianta disfarçar. Não vale a pena. Chorei tudo o que havia nos meus olhos, não existe mais nada aqui. Estou seco, como naqueles dias em que acordas com o deserto na boca.
Vivo todos os dias contigo, mas tu não. Vives sem mim e isso irrita-me. Ainda hoje não aceito isso. Castigo a toda a hora as minhas sobrancelhas por tua causa. Mas perdi a esperança. Toda. Estou fodido no cais do embarque, com o bilhete na mão, com toda a gente a olhar para mim e tu lá longe, com o teu motor, vestida de ferry-boat, em tons de laranja e preto. Sem sequer olhares para trás, sem teres atrasado deliberadamente a hora de partida, sem que tenhas feito algum esforço para queimar uns minutos, dando-me tempo de chegar. Eu sou esse que vês daí, do alto mar, de braços erguidos ao céu, a gritar o teu nome, como um louco, como alguém já sem vergonha de ser visto como tal. Quero lá saber.
Eu sou a ira, a mágoa em forma de homem. Tu és o barco que corre sem misericórdia, para o mesmo sítio de todos os dias. Eu sou esse mesmo que te perdeu no cais do embarque, tu és aquela que nunca me esperou. E mesmo assim, ainda hoje, ali ao lado da Praça do Comércio, finjo que vou comprar o jornal para saber as últimas, e olho para o infinito, na esperança de te ver um dia, sem pressa de partir.
Mas o teu vestido de ferro, não se inibe com as minhas lágrimas de aço. E a tua voz parece-me agora um sinal de partida, repetido, igual a todos os outros, monocórdico, como um sinal de interrompido de um telefone há muito cortado. E só agora percebi o que dizes e afinal era tão fácil. Dizes que és o que eu sempre soube. Um ferry-boat. Isso mesmo, um barco que parte à hora certa, com destino marcado, sem poder esperar por ninguém, sem nada que o impeça de partir."

Este excerto, é um dos mais "loucos" do livro do Fernando Alvim, "No dia em que fugimos tu não estavas em casa", todo o livro está carregado de sentimentos nobres, e talvez reais. Há partes em que dão para pensar profundamente. Para um comediante o livro está extremamente bom, que quem não conhecesse tamanha faceta do Alvim, diria que ele é um profissional da escrita. Exagero? Julgo que não. Adorei cada pasasgem deste livro, mas em especial esta. Talvez porque, de certa maneira, é uma das mais parecidas com alguma situação da minha vida. Aconselho a compra deste livro, e que o leiam, mas com olhos de alguém com vida, e não de um ser inanimado, que odeia viver.

Tuesday, February 01, 2005

Capitalismo

CAPITALISMO IDEAL
Você tem duas vacas.
Vende uma e compra um boi.
Eles multiplicam-se , e a economia cresce.
Você vende a manada e aposenta-se. Fica rico!

CAPITALISMO AMERICANO
Você tem duas vacas.
Vende uma e força a outra a produzir o leite de quatro vacas.
Fica surpreso quando ela morre.

CAPITALISMO JAPONÊS
Você tem duas vacas.
Redesenha-as para que tenham um décimo do tamanho de uma vaca normal e produzam 20 vezes mais leite.
Depois cria desenhinhos de vacas chamados Vaquimon e vende-os para o mundo inteiro.

CAPITALISMO BRITÂNICO
Você tem duas vacas.
As duas são loucas.

CAPITALISMO HOLANDÊS
Você tem duas vacas.
Elas vivem juntas, em união de facto, não gostam de bois e tudo bem.

CAPITALISMO ALEMÃO
Você tem duas vacas.
Elas produzem leite regularmente, segundo padrões de quantidade e horário previamente estabelecido, de forma precisa e lucrativa.
Mas o que você queria mesmo era criar porcos.

CAPITALISMO RUSSO
Você tem duas vacas.
Conta-as e vê que tem cinco.
Conta de novo e vê que tem 42.
Conta de novo e vê que tem 12 vacas.
Você pára de contar e abre outra garrafa de vodka.

CAPITALISMO SUÍÇO
Você tem 500 vacas, mas nenhuma é sua.
Você cobra para guardar a vaca dos outros.

CAPITALISMO ESPANHOL
Você tem muito orgulho de ter duas vacas.

CAPITALISMO BRASILEIRO
Você tem duas vacas.
E reclama porque o seu rebanho não cresce...

CAPITALISMO HINDU
Você tem duas vacas.
Ai de quem tocar nelas.

CAPITALISMO PORTUGUÊS
Você tem duas vacas.
Uma delas é roubada.
O governo cria o IVVA- Imposto de Valor Vacuum Acrescentado.
Um fiscal vem e multa-o, porque embora você tenha pago correctamente o IVVA, o valor era pelo número de vacas presumidas e não pelo de vacas reais.
O Ministério das Finanças, por meio de dados também presumidos do seu consumo de leite, queijo, sapatos de couro, botões, presume que você tenha 200 vacas e para se livrar do sarilho, você dá a vaca que resta ao inspector das finanças para que ele feche os olhos e dê um jeitinho...