Tuesday, December 21, 2004

«O verbo no infinito»

Ser criado, gerar-se, tranformar
O amor em carne e a carne em amor; nascer
Respirar, e chorar, e adormecer
E se nutrir para poder chorar

Para poder nutrir-se; e depertar
Um dia à luz e ver, ao mundo e ouvir
E começar a amar e então sorrir
E então sorrir para poder chorar.

E crescer, e saber, e ser, e haver
E perder, e sofrer, e ter horror
De ser e amar, e se sentir maldito

E esquecer tudo ao vir um novo amor
E viver esse amor até morrer
E ir conjugar o verbo no infinito...

Vinicius de Moraes

1 comment:

Alexandre Caetano said...

Eu conheço e o infinitivo... Mas os brasucas tem a ideia que sao melhores que os outros! Atao BAH pa eles! MAs o poema em si e bom!