Saturday, December 11, 2004

Aquilo...

Lembro-me daquilo,
Lembras-te?
Odeio-te com todas as minhas forças.
Fazes-me lembrar um verme.
Tiraste-me a alegria
Deste-me a tristeza.
Odeio-te...

Vivo agora só,
Num mundo indeterminado.
Apetece-me morrer só,
Sem nada ao meu lado.

A faca em que vou pegar
Leva-me ao fim do mundo,
À espera dessa morte.

Querias que eu morresse
Num dia escuro e sombrio,
Mas vou morrer, sim
Num dia de sol, com a luz em cima de mim.

Impossível dizes tu.
Eu digo que não.
A alma é minha,
Está me no corpo,
O sangue das tuas mãos.

Sangue que escorre
Para cima de mim,
Bebo-o enquanto estou vivo
Para morrer contigo,
Porque não desejo a solidão.
Quero um pedaço de ti
Para poder sorrir.

Tu lá longe,
Pedes-me coisas,
Uma das quais a alma
Mas isso não posso dar
Porque sem ela fico vazio.

Lembras-te do meu olhar?
Lembras-te daquilo?
Aquilo que senti
Sem pensar no depois.
Amámos, ficámos juntos
Num dia de chuva.
Chovia lá fora, e havia relâmpagos.
Eramos nós a suar e a chocar um no outro.

Mas esqueci-me de tudo
Até um dia me lembrar
Que tu foste o meu mundo
Que eu queria amar...

Alexandre MM Caetano

1 comment:

Susana Nunes said...

Não está mal, mas acho que já fizeste melhores.
Parece-me um pouco incoerente, o que é um aspecto positivo. Ninguém consegue ser completamente racional, por muito que o queira, quando se trata de sentimentos.