Friday, April 27, 2007

Under pressure

"(...) Le débat entre Ségolène Royal et François Bayrou aura bien lieu, "d'une manière ou d'une autre", a réagit Julien Dray, porte-parole de la candidate du Parti socialiste, sur l'antenne de France Inter. Toujours côté PS, Jack Lang a dénoncé des "pressions politiques". Il a affirmé que "l'Etat Sarkozy se croit déjà tout permis". Dénonçant "la pression de Nicolas Sarkozy", le numéro 1 du PS François Hollande a estimé que le débat pourrait "être organisé par la presse écrite". Aucune réaction de l'UDF n'avait été communiquée jeudi en début de soirée. (...)"

In Le Monde.

Uma análise aqui.

Manifestações

"Manifestações no 25 de Abril terminam com detenções."

Na Visão.

Dentro do mesmo assunto, este e este pontos de vista lançam alguma polémica. Parece-me que realmente vale a pena comparar a notícia do Público com a do DN. Embora só quem lá esteve saiba o que realmente se passou (e acredito que, mesmo assim, sejam várias as versões), a verdade é que algo não bate certo nos nossos meios de comunicação...
Relativamente à "Plataforma antiautoritária contra o fascismo e o capitalismo", responsável pela organização da manifestação, vale também a pena ler o comunicado emitido.
Já agora, aqui fica a notícia do JN.
Todas as perguntas sem resposta aqui.

Inside the skins

Excertos da entrevista de Luís Ribeiro, em Madrid, a Antonio Salas, o único jornalista que conseguiu infiltrar-se no movimento skinhead espanhol.

Diz que 90% dos neonazis se distanciam dos movimentos quando conseguem uma relação estável ou uma família. O nazismo é apenas uma forma de preencherem uma vida vazia?
Eles entram muito jovens e quando atingem a sua primeira relação emocional, quando se casam ou têm filhos, ou quando têm o seu primeiro trabalho sério e entram dentro do capitalismo, compram um carro ou uma casa, aos poucos vão-se desligando do movimento skin.

Convertem-se ao capitalismo que tanto odeiam?
Claro. Tal como os jovens comunistas. Quando me infiltrei nos movimentos de extrema-esquerda, percebi que o sentimento desses jovens idealistas que querem acabar com o sistema se alivia quando têm o seu primeiro carro ou casa. O idealismo dos skins é igual: um fenómeno universal de juventude de luta por ideais.
(...)

Mas largar o movimento não significa deixar de ser racista ou xenófobo...
Claro. O racismo está intimamente ligado ao nacional-socialismo. A minha conclusão foi que uma imensa maioria de rapazes e raparigas são idealistas que realmente acreditam em todas estes disparates da supremacia da raça branca, da Europa branca. Mas uma das coisas que os fez aperceberem-se do absurdo foi saberem quem está por detrás. E foi esse o meu objectivo. Escrevi o Diário de um Skin para eles, para ir mais além do que eles próprios conhecem, explicar-lhes como são utilizados pelos líderes dos clubes de futebol, dos partidos, do tráfico de mulheres. [Um dos cabecilhas que Antonio Salas conheceu é dono de vários bordéis e recruta mulheres africanas e brasileiras, apesar do seu discuros anti-prostituição e anti-imigração.]
(...)

Outra inconsistência é concordarem com acções terroristas islâmicas, apesar de todo o seu ódio aos mouros. Isso notou-se no 11 de Setembro?
No 11 de Setembro, muitos nazis espanhóis felicitaram os terroristas, por terem atacado o centro aconómico judeu dos EUA. Mais do que o integralismo islâmico, os nazis apoiam qualquer causa contra os judeus, como a Palestina. O inimigo do meu inimigo é meu amigo.
(...)

Culpa dos jornalistas?
Nós temos a obrigação de dar a conhecer a realidade social. É para isso que trabalhamos. No caso de Diário de um Skin, recebi algumas críticas, por lhes dar publicidade. Mas a resposta a isso está nas centenas de mails que recebi de miúdos a largar o movimento por se aperceberem que aquilo não era exactamente como lhes contavam.
(...)

Quem apoia financeiramente estes grupos?
Distribuidoras discográficas e editoriais, clubes de futebol (que também se alimentam deles: as claques ultra são das maiores consumidoras de material de merchandizing). E este apoio é descarado e absoluto.

Por que razão é que os clubes de futebol ajudam as claques com tendências neonazis?
Essa é outra das coisas que não percebia, antes da investigação. Primeiro, porque muitos dos membros de um grupo ultra, como os 1143, em Portugal [Sporting], são sócios do clube. Votantes, que podem decidir quem vai ser o próximo presidente. No caso dos Ultrassur, do Real Madrid, eles apoiavam o «seu» candidato. Mais: eu saí literalmente afónico do estádio, a apoiar a equipa a gritar durante 90 minutos. Ninguém grita mais alto dos que os ultras. E isso até os jogadores notam, sobretudo quando jogam fora. Não lhes importa [aos clubes] que depois, fora do estádio, matem um negro. Daí que os jogadores posem para a fotografia com produtos dos ultra, como fizeram Figo, Guti, Casillas, Raul. Quanto vale um spot publicitário destes? Quanto vale a imagem de um Figo a anunciar os produtos que vendem?

Os clubes fazem tudo o que podem para ajudar a suprimir os neonazis das suas claques?
Só quando matam alguém. Quando ocorre uma morte, os meios de comunicação dão-lhe uma repercussão mediática e os clubes vêem-se obrigados a fazer alguma coisa. Mas é muito difícil para um clube renunciar aos seus ultras. Pelo apoio, pelo merchandizing que eles compram. E também por medo. Há o caso de jogadores que foram agredidos por ultras, como aconteceu no Atlético de Madrid, por não lhes dar apoio público. Esse também é um factor a ter em conta.

O futebol é o que provoca a violência ou apenas uma justificação?
É só uma justificação. Essa violência está presente em qualquer acto da comunidade skin. As letras das canções, os discursos políticos, o ódio que se renova todos os dias. Além disso, o futebol é também um meio de fazer passar a imagem. As bancadas transformam-se, nesse momento, numa TV para o mundo. Eles sabem que num jogo há mais câmaras do que em qualquer manifestação de neonazis. Uma simples faixa contra a imigração será vista em todo o mundo.

Qual é a importância da música no movimento?
Fundamental. A primeira vez que me apercebi dessa importância foi com um grupo português, os Evangélico. Fazem parte da Ordem Lusa, uma das organizações mais antigas em Portugal. A música é o meio para transmitir a mensagem aos jovens. Um rapaz de 16 anos aborrece-se com um encontro político sobre a história da supremacia racial. Num concerto, a mensagem é transmitida com muito mais força e energia do que 40 meetings políticos. A música dos grupos patrióticos e nacionalistas não é apenas música, é propaganda política.
(...)

Na Visão.

Thursday, April 26, 2007

Regresso ao blog

Às vezes a vida retoma o seu sentido... Finalmente acho que aconteceu comigo. Nada que um puxão de orelhas não bastasse, mas foram precisos bastantes. É essencial que se compreenda o que realmente se quer. Agora vejo uma luzinha que me indica o caminho. Não sei se o correcto, mas é para onde eu irei. A familia começa a ver de casa para irmos embora. Para onde, não sei, mas que não seja para a cidade como o meu irmão quer. Eu por mim não saía, mas logo vejo. Procuro emprego para ocupar algumas horas, mas está complicado. Talvez não ande a procurar nos sitios certos ou então estou nos sitios certos mas à hora errada.
Agora estou num computador da faculdade a escrever isto. Porque em casa existem coisas mais interessantes a fazer. hehehe www.simracingportugal.net/frc vejam a parte da formula 1 e da formula BMW. Estou lá batido. Não que possa ganhar o da formula 1, infelizmente, mas estou na luta pelo da formula BMW. Muito treino é preciso. Quanto à faculdade, já esteve melhor, mas vou melhorar essa vertente outra vez. Ai vida... Oremos!

Wednesday, April 25, 2007

Ensemble

25 de Abril, para sempre não, mas hoje sim

Mais um excelente texto, nesta gigantesca onda de posts dedicados ao 25 de Abril.

"Hoje, há trinta e três anos, a história do meu Pai mudou para sempre. Depois desse 25 de Abril a preto e branco o meu pai soube da decepção, da vida no exílio, dos atentados, da impotência, da dor de não abraçar a mãe, das saudades do cheiro da terra. Morreu cedo demais para perceber porque pegou nesse tanque em Estremoz e tomou a PIDE, por que valeu a pena honrar com um golpe de estado toda uma geração perdida nas guinés e angolas que agora já ninguém recorda. A ele que um ano depois numa carta de duas folhas disse que assim não, que Portugal não merecia desperdiçar-se nas mãos de gananciosos e miseráveis aduladores da liberdade, deve ter-lhe custado assimilar o fracasso dos homens. E agora, neste meu país infestado de supostos patriotas, imbecis que adoram hinos, neste Portugal dele onde qualquer banco viola a bandeira para vender produtos financeiros, se estivesse vivo, rodeado de traidores que se enriqueceram vestidos de sindicalistas e meninos de papá que votam por sms no Salazar sem sonhar o que é viver numa ditadura e morrer na guerra, tenho a certeza que voltaria a pegar nesse tanque, honroso da farda. Quando releio essa carta, a da deserção de 75, a que nos levou a todos em viver em hotéis e a ter guarda-costas, vejo um homem digno, profundamente democrata e entregado ao País, que se levantou da cama e da burguesia para democratizar um Portugal analfabeto, mutilado em África, estupidificado pela solidão e o fado. O que aconteceu depois, a manipulação dessa ousadia, o roubo de terras e a estupidificação do povo faminto nada tem a ver com essa madrugada esperançosa.
Por isso, se me repugna a apropriação da esquerda da luta pela liberdade mais ainda me enoja esta onda pós-moderna dos betinhos da direita, que ofende com o seu desprezo e falta de patriotismo estes homens, capitães e jovens, que num dia como hoje, há trinta e três anos atrás, só quiseram um país melhor. 25 de Abril, para sempre não, mas hoje sim.
"

Por Rititi.

Confiança indiana

"Rajiv é filho de um casal que emigrou dos famintos planaltos indostânicos para os subúrbios de Nova Deli. Na cidade, o ganha-pão da família dependia das pernas do pai, paquete numa repartição pública, e das mãos da mãe, empregada de limpeza. Um dia, ao voltar da escola, Rajiv viu numa papelaria o livro “Teach yourself English in seven days”. Hesitou, mas confiou no dono, que lhe disse que bastavam 900 palavras para dominar a língua. Afinal, pensou, a um ritmo de aprendizagem de 30 palavras novas por dia, seria daqui a três meses fluente na língua de todos os sonhos. Hoje Rajiv é engenheiro informático na Califórnia, vive num apartamento à beira-mar, e tem três televisões, dois frigoríficos, um carro e uma mota. (...)"
Por Constantino Xavier, no a vida em deli.
Publicado na Revista Atlântico, Junho de 2006
.

Tuesday, April 24, 2007

O outro lado do 25 de Abril

"Mal terminada a festa, quando parecia conquistada a esperança, logo uma escumalha ressabiada e intolerante ocupou a praça, a estragar tudo. A turba em tons vermelhos e de punho erguido bradou à morte e incitou à guerra. A que chamavam luta. Iniciando então um impiedoso assalto ao poder que todos os dias nos roubava mais a liberdade. Então, a revolução de 74 abalroou a minha vida, assaltou a casa dos meus pais. Para nos tornar em novos proscritos. Só por causa de um velho apelido, e por tanto ódio.
Na época, eu era um imberbe e juvenil estudante, que por imitação do meu pai me tornara precocemente politizado e discursivamente assertivo. E foram muitas as angústias e apreensões vividas em família naqueles inesquecíveis tempos “revolucionários”.
Os sentimentos por mim experimentados na sequencia da revolução de Abril, as memórias que guardo daqueles protagonistas, as lembranças dos seus esgares e trejeitos fanáticos, das suas arbitrariedades e da minha total impotência, causam-me ainda hoje amargos sentimentos.
Reconheço na democracia conquistada à posteriori, o melhor sistema político possível. Como cristão e democrata, bater-me-ei sempre com todas as minhas forças pela liberdade e pela justiça. Hoje como então.
Por mim, agradeço a liberdade pela qual afinal também lutei. Mas não me convidem para esta festa da qual fui excluído faz amanhã 33 anos."
Por João Távora, no Corta-Fitas.

Voos da CIA

"(...) Qualquer operação na Europa foi feita com o apoio conhecedor e a aprovação dos serviços de segurança europeus envolvidos. (...)"
Por Michael Scheuer, antigo agente da CIA.
Divulgado por Ana Gomes, no
Causa Nossa.

José Socrates, le Tony Blair portugais IV

"(...) Mais il a coutume, à propos de son avenir, de citer la devise qui lui sert de règle de vie: «Dans toute aventure, le plus important est de partir, pas d’arriver» (...)"

José Socrates, le Tony Blair portugais III

"(...) Dans son bureau de la fondation qui porte son nom, à côté du Parlement, Mario Soares, le patriarche du PS portugais, « Socrates est un homme déterminé, pragmatique et courageux. Il décide, il commande et il fait. Son objectif n’est pas d’en finir avec les riches, c’est d’en finir avec les pauvres!» (...)"

José Socrates, le Tony Blair portugais II

"(...) Avec son faux air de Dustin Hoffman sous des cheveux poivre et sel coupés court, ses costumes Armani ou Hugo Boss qui agacent l’aile gauche de son parti, ce socialiste iconoclaste n’a jamais promis la lune à personne. Depuis deux ans qu’il gouverne, il n’a qu’une obsession : remettre le Portugal à flot, quitte à pratiquer un socialisme à rebrousse-poil. « Comparées à ce que Socrates fait ici, les cent mesures de Ségolène, c’est le paradis pour tout le monde ! » résume Teresa de Sousa, éditorialiste à Publico . (...)"

José Sócrates, le Tony Blair portugais I

«Heureusement que les socialistes français ne sont pas comme lui, sinon j’aurais du mal à me positionner!»
Nicolas Sarkozy, in Le Point.

Muros

"'One fit all'. É esta a lógica dos americanos. Onde há problemas sociais e políticos, toca a erguer muros. Porque se não está à vista não incomoda.
Depois do muro a separar Israel de alguns dos territórios palestinianos, veio o muro na fronteira entre os EUA e o México. Agora, o novo embaixador dos EUA no Iraque quer muros em Bagdad. No fundo, revela um pensamento de criança de 2 anos: se não se vê é porque "não há". Mas nada apaga a manifestação dos iraquianos contra a ocupação do Iraque. Os iraquianos não os querem lá e não há muro que mude isso.
Erguem muros pelo mundo fora, mas não conseguem derrubar os que têm nas suas cabeças. às vezes a destruição também é construção.
"

N'O Bitoque.

UnIgate

O blogue Do Portugal Profundo continua a sua investigação sobre o caso UnIgate: As equivalências de Sócrates. Neste post, António Balbino Caldeira não só analisa as várias pecularidades do processo, como ainda transcreve um artigo bastante esclarecedor, do Público de 22-4-2007:
"(...) Também continua sem explicar por que razão continua a integrar o seu currículo uma "pós-graduação em Engenharia Sanitária", quando o que frequentou foi um pequeno curso para engenheiros municipais nesta área, numa altura em que ainda não era licenciado. (...)"

Monday, April 23, 2007

Realmente, já estava calado há muito tempo...

Para Alberto João Jardim, os problemas académicos de Sócrates são "castigo divino".

Sunday, April 22, 2007

escrito na areia pela vieira do mar

"Gosto muito da sujidade limpa do campo; de mergulhar as mãos nuas na terra, de deparar com minhocas gordas e de as dar a comer aos sapos e aos peixes do lago. Eu, de cidade há gerações várias, não tenho nojo de minhocas gordas, nem de rãs, nem de cobras. A semana passada apanhámos uma cobra de água; passeou-se pelo meu braço como modelo numa passerelle e, depois, foi à sua vida. Um casal de corujas brancas nidifica todos os anos na chaminé da cozinha e, enquanto faço a sopa ou aqueço o leite, ouço os cicios das crias, assustadas com o barulho das panelas. Nas traseiras da casa existem restos de ratos mortos, de passarinhos recém-nascidos e pernas de coelho meio comidas. Quando não são as corujas, são os gatos; quando não os gatos, os cães. Embora os gatos durmam enroscados nos cães e sonhem os sonhos deles. Mergulho as mãos na terra e tenho sempre a sensação de que algo de muito primordial, de muito primevo, me rodeia as veias, os nervos, como se escutasse os rumores do princípio do mundo. Porque eu sou muito ervas daninhas e orégãos por entre as raízes das oliveiras; sou muito à solta, muito dente-de-leão, fruta trincada na árvore, maçã bichada. Sou pouco, ou quase nada, raíz envasada. Aqui, ninguém tem medo das abelhas que voam à nossa volta: todos sabem que andam ao pólen, é só o que lhes interessa. A relva, na verdade, há muito que morreu: agora é só grama e ervas altas, mas não faz mal: cortado, tudo, com aquela máquina em promoção no AKI, e nem se nota a diferença, parece um campo de futebol. Quando rego, faço-o descalça e metade da água vai para os meus pés, reparam as plantas, invejosas. Aqui, andamos todos descalços, à chuva, sujos e a cheirar a cavalo, embora não tenhamos cavalos. Dos meus filhos, cada um com o seu cheiro próprio. O mais velho cheira a cão, mas isso não é mistério nenhum, pois é num deles que se esfrega o dia todo; se pudessem, dormiam juntos, debaixo dos mesmos lençóis, e contavam-se segredos de namoradas pela noite dentro. O mais pequeno cheira sempre a lareira. Mesmo quando é Primavera, como agora, e a lareira já só fumega lembranças do Natal passado; o cabelo dele é de um fogo esmaecido que lembra pinhas ardidas e resina derretida. Que bem que lhes faz!, apanharem minhocas, enrolarem-se-lhes cobras de água nos tornozelos e agarrarem em gafanhotos verdes para, com eles, pregarem sustos de morte à mãe (pois que tem limites, esta enorme fatia campestre de mim). Tanto que precisam, de andar descalços e ganhar casco, de ajudar a colher o feijão e de comer da boca do cão. Eu cá não deixo (nem pensar!), não, nada de andar à chuva que se constipam, nem de beber da água do poço, muito cuidado com a cobra, que nunca se sabe e nada de comer onde, antes, mordeu o cão e lambeu o gato, porque os micróbios isto e assado. Mas, no fundo, o que faço é olhar para o lado e esperar que lhes bastem as vacinas, que ganhem defesas como soldados experientes e que cresçam fortes e com a natureza dentro deles. Esperar, portanto, que esta sujidade limpa lhes enxagúe os corpos e as almas e lhes dê alento para o regresso à cidade que os espreita, gulosa."
Por vieira do mar, no Controversa Maresia.

Tony Carreira - Filho E Pai

Eu sempre andei
Longe daqui
Mas não mudei
Nem te esqueci

Cresci sem ti
Sem meu herói
Mas nem assim
O amor se foi

Refrão:
Estive longe e ausente sem querer
Nos caminhos de cada canção
Mas eu nunca deixei de te ter
No horizonte do meu coração

Fiz-me homem ás vezes na dor
E rovolta por não te ter mais
Mas eu nunca esqueci este amor
De Filho e Pai

É bom saber
Chegas-te aqui
Sem me esquecer
Quase sem mim

É bom ouvir
Da tua voz
Mesmo sem ti
Não estive só

Refrão:
Se andei longe e ausente sem querer
Se o adeus foi maior que o ficar
Foi p'ra dar-te o que eu não pude ter
Sabes bem, não foi por não te amar

Se eu chorei revoltado sem ti
Hoje entendo e até digo mais
Tenho orgulho por sermos assim
Filho e Pai

A distância só nos fez crescer
E ficar mais amigos no fim

Aceitar e também entender
Muitas vezes a vida é assim

Nesse tempo que por nós passou
Aprendemos até muito mais
Nada pode mudar o amor
De Filho e Pai

Thursday, April 19, 2007

Crueldade

Continuando este assunto,
"(...) hoje, no quiosque da Praça dos Restauradores, mesmo junto ao elevador da Glória, deparei-me com uma tremenda crueldade."

Ser ou não ser engenheiro

Vale a pena acompanhar esta troca de correspondência:

Bombástico

"(...) A partir de agora valem todos os raciocínios: A Universidade fecha por causa das revelações sobre o percurso académico do primeiro-ministro; a Universidade não fecha porque abafou o que se passou com a licenciatura do primeiro-ministro; e a Universidade fecha e abre com outro nome porque a polémica já não interessa nada."

Tuesday, April 17, 2007

Feminismo ou Feminismo?

"(...) Outra crítica à publicidade passa pelo uso de imagens de nudez feminina, de mulheres erotizadas, objecto e/ou sujeito de sexualidade (vejam-se as recentes polémicas com o anúncio da Dolce&Gabana e com o cartaz do Crazy Horse no Casino de Lisboa), ou simplesmente da mulher enquanto símbolo de algo desejado (como na publicidade à SuperBock no Verão passado). Aqui, é-me impossível concordar com aquilo que normalmente vem a público como posição feminista: a ideia de que estas imagens ofendem a mulher, a “utilizam” e “degradam”, porque a “transformam em objecto sexual”.
Perdão? Transformam? Eu julgava que éramos todos, homens e mulheres, sujeitos e objectos sexuais, graças a deus, muito obrigada. Como mulher e feminista, ofende-me o conceito de que tudo o que tem a ver com sexo é do interesse masculino, ergo mulheres retratadas em situações sexuais estarão apenas a ser usadas pelos homens. Mostrar o corpo feminino como algo de belo e desejável, só pode parecer mal a quem tem saudades de outros tempos, dos tempos do recato e do controlo público sobre as mulheres. Dos tempos em que mulheres que mostravam (ou usavam) o corpo não mereciam respeito. Em que uma mulher publicamente sexualizada era uma mulher, de alguma forma, menor.
(...)"

Bem dito.

Por Inês Meneses, no 5dias.
Via
Peão.

Monday, April 16, 2007

Reality is out there

No seguimento desta experiência, aqui está um bom post.

"(...) A experiência proposta pelo Washington Post mostra, definitivamente, que as pessoas não se emocionam com a grande arte, mas com a pompa que a envolve. De tempos em tempos, temos notícia que foi encontrado um quadro em algum antiquário, avaliado em quatro ou cinco dólares. Surge então um expert e atesta que o quadro é de um algum Van Gogh da vida. Imediatamente sua cotação sobe para milhões de dólares. A pergunta se impõe: o valor residiria no quadro ou na assinatura de quem o pintou? Cultuamos o belo? Ou a griffe?"

Bem visto...

"Para além todas as dúvidas vindas a lume até ao momento relativas ao dossier Sócrates & UNI, há uma constatação ainda mais preocupante que vem subindo de tom, cada vez mais lembrando os tempos do santanismo: é que parece que estes tipos nem uma fraude de jeito sabem fazer."

No Small Brother.

Sunday, April 15, 2007

Little personal time

novasoportunidades.org?

Quando vejo publicidades como a do "novasoportunidades.org" só penso: AINDA BEM QUE HÁ GENTE QUE NÃO ESTUDA!

Se fossemos todos Doutores e Engenheiros quem tratava do nosso lixo? Quem tratava das limpezas? A quem entregaríamos a nossa roupa para mandar limpar?

Ou será preciso um curso em "Ordenamento do território" para ser arrumador de carros? ou "arrumador" de cinema. Ou ser-se contabilista para estar numa caixa de supermercado?

Há muito boa gente licenciada (e mais) que mais deveria ter-se ficado pelo ensino obrigatório. Juro-vos.

Saturday, April 14, 2007

As mulheres atendem mais aos pormenores... e isso é uma chatice!!!...

"Sabem, sou mulher. Por isso mesmo, não me é nada difícil localizar os iogurtes de framboesa, tão apreciados nesta casa, e que se não são rapidamente encontrados no frigorífico side-by-side de família, corro o sério risco de ter de ouvir o lamento " tu prometeste, mamã..." . Pior ainda, é a possibilidade de um dia, a frase poder ser completada com um "... e não cumpriste".
Isto para dizer que tenho algum treino visual para reparar nos pormenores.
Ontem, ao anunciarem a existência de um segundo certificado de José Sócrates, abri o respectivo PDF, entretanto disponibilizado pelo Jornal "PÚBLICO" . Não me detive nas classificações. Verifiquei que o documento estava datado ( 96/08/26), assinado pelo chefe da secretaria e...
e...
como sempre, os meus olhos detiveram-se em dois pormenores sem importância:
no papel timbrado da Universidade Independente, no rodapé, entre outras informações, constam o endereço (físico e electrónico) e os números de telefone e de fax ( 351 21 836 19 00 e 351 21 836 19 22). Só que,... em 1996, os números de telefone não apresentavam os indicativos 21, 22, 290, mas sim, 01, 02, 090... etc, como aliás, pude confirmar (a alteração só foi feita em 31 de Outubro de 1999).
Um pouco mais à frente, consta ainda, um código postal composto por sete algarismos (1800-255), o que é deveras estranho, uma vez que só em 1998 começa a ser utilizada esta nova forma de indicação.
Conclusão: o certificado parece ter sido emitido, não em 26/08/1996, mas em data posterior a 31 de Outubro de 1999.
O problema ("o maior dos problemas") reside no facto de o Gabinete do primeiro-ministro já ter esclarecido, que a data válida era mesmo a do certificado que se encontra na Câmara da Covilhã."

Tenha cuidado, Professor Cavaco

"Ok, eu até aguento que Cavaco Silva promulgue a lei do aborto sem nenhuma contra-indicação, para além da sua mensagem de bons conselhos que a maioria socialista envoiu às malvas. O referendo teve um resultado claro, apesar da abstenção, e não há grande margem para vetos ou estados de alma. Mas já acho curiosa, para dizer o mínimo, a envergonhada declaração do nosso Presidente na Letónia, sugerindo que, enfim, talvez o melhor seja mesmo aprovar a famosa Constituição europeia sem referendo (o que se segue, aliás, a vagas notícias sobre um entendimento entre PS e o PSD a este respeito - ou desrespeito).
Como foi lá longe, numa cimeira decorativa e para estrangeiro ver, a coisa não se pode levar a sério. Porque seria simplesmente escandaloso que Cavaco fizesse um tal frete aos big brothers que nos governam, lá e cá.
De que têm medo os caciques da aldeia? Que a plebe, pouco esclarecida em subtilezas jurídico-messiânicas, cometa a deselegância de chumbar o leviatã? Tal qual os povos avançados de Franças e Araganças?
Mas seremos menos do que eles? Os mesmos portugueses que votaram o aborto não podem votar este novo aborto? Dá-se à populaça o direito de decidir sobre a vida de um embrião mas não o de se pronunciar sobre o futuro de um continente?
Tenha cuidado, Professor Cavaco. Não foi para isto que o elegemos."
Por Pedro Picoito, no Cachimbo de Magritte.

Friday, April 13, 2007

Sempre estão ocupados

"Parece que há um grupo de neo-nazis a guardar o cartaz do PNR no Marquês de Pombal. Ainda bem. Enquanto estão ali os imigrantes podem andar mais à vontade pelo resto da cidade. E os rapazes sempre experimentam trabalhar durante umas noites. Pelo menos não se metem na droga. Com os adolescentes todo o cuidado é pouco."

Monday, April 09, 2007

Jackpot

No Diário de Notícias.

If a great musician plays great music but no one hears... was he really good?

"(...) On that Friday in January, those private questions would be answered in an unusually public way. No one knew it, but the fiddler standing against a bare wall outside the Metro in an indoor arcade at the top of the escalators was one of the finest classical musicians in the world, playing some of the most elegant music ever written on one of the most valuable violins ever made. His performance was arranged by The Washington Post as an experiment in context, perception and priorities -- as well as an unblinking assessment of public taste: In a banal setting at an inconvenient time, would beauty transcend?
(...) "When you play for ticket-holders," Bell explains, "you are already validated. I have no sense that I need to be accepted. I'm already accepted. Here, there was this thought: What if they don't like me? What if they resent my presence . . ."
(...) J.T. Tillman was in that line. A computer specialist for the Department of Housing and Urban Development, he remembers every single number he played that day -- 10 of them, $2 apiece, for a total of $20. He doesn't recall what the violinist was playing, though. He says it sounded like generic classical music, the kind the ship's band was playing in "Titanic," before the iceberg.
"I didn't think nothing of it," Tillman says, "just a guy trying to make a couple of bucks." Tillman would have given him one or two, he said, but he spent all his cash on lotto.
When he is told that he stiffed one of the best musicians in the world, he laughs.
"Is he ever going to play around here again?"
"Yeah, but you're going to have to pay a lot to hear him."
"Damn."
Tillman didn't win the lottery, either.
(...)"
Complete article in the Washington Post.
Discovered here.

Saturday, April 07, 2007

God hates Pokemon

"The Kansas Board of Education approved a controversial measure yesterday that will ban all Pokemon video games, trading cards, and related merchandise because of the franchise’s blatant promotion of evolution. The vote, which passed by a narrow margin after weeks of debate amongst members of the board, is being hailed as a victory by conservatives and religious groups. Teachers will now be required to search their students at the beginning of the school day to make sure that they aren’t carrying any copies of the game. Any copies that are found will be immediately and permanently confiscated, and the student may be subject to punishments ranging from a temporary suspension to outright expulsion for repeat violators.
Many Kansas churches also held events geared towards encouraging children to drop the game, ranging from several “Pokemon burnings” where copies of the games were thrown into large bonfires, to programs that provided students with a free Bible for every game they turned in to church authorities."
In The Last Boss.
Discovered here.

Thursday, April 05, 2007

Blogues Vergonhosos e Cartazes (Não) Racistas

Outdoors

"(...) O cartaz dos Gato Fedorento foi custeado pelos próprios. «É uma piada um bocadinho mais cara», disse ao PortugalDiário Ricardo Araújo Pereira.
«Assim que vimos que era possível veicular mensagens grotescas no Marquês de Pombal, e dado que também temos duas ou três mensagens grotescas, não quisemos ficar atrás», disse o «gato» ao PortugalDiário.
O humorista acrescentou que «só é de lamentar que o cartaz do PNR esteja todo pichado, porque bonito era poder ler-se aquilo como deve de ser, para o nosso, ao lado, ter ainda mais piada».
Quantos às mensagens no cartaz dos Gato Fedorento, o humorista diz que «acredita em tudo o que está escrito»: «Sem dúvida, a melhor forma de chatear os estrangeiros é obrigá-los a viver em Portugal. Eu nunca tive problemas com estrangeiros, mas com portugueses tenho todos os dias. É no trânsito, é na fila do supermercado...».
«E são muitos anos de história que provam: Com os portugueses, não vamos lá!», acrescenta ainda Ricardo Araújo Pereira. (...)"