Monday, February 20, 2006

Safranbolu - Bartın - Amasra - Bartın - Samsun (18 a 19 de Fevereiro)

(2 horas de viagem para Bartın, meia hora para Amasra, mais meia hora para regressar a Bartın e 9 horas e meia para Samsun, total: alcançámos as 24 horas dentro de autocarros)

Nove horas da manhã. Praça central de Safranbulo, à espera do dolmuş para a otogar. As férias no Paraíso não podiam durar sempre.
Chegámos a Bartın perto do meio-dia, após duas horas de quase desespero dentro de uma amostra de autocarro, numa estrada com mais buracos do que um queijo suíço. A intenção inicial era apanhar um autocarro para Amasra, na costa do Mar Negro, passar o dia na praia e à noite fazermo-nos novamente à estrada, percorrendo a costa até Sinop. Era um bom plano, não era?


Primeiro probema: chovia torrencialmente.
Segundo problema: todos os autocarros partem de Bartın (Amasra não tem otogar, o que nos obrigou a ter de voltar para Bartın).
Terceiro problema: já não havia bilhetes para Sinop.
Quarto problema: a alternativa, Samsun, só tinha um autocarro às quatro e meia da tarde.



Solução: apanhar o primeiro dolmuş para Amasra, almoçar, meia horita na praia (na companhia de um amoroso Golden Retriever, que desencantou uma bola de futebol na areia e que não descansou enquanto não nos pôs a jogar com ele, mesmo ensopados até aos ossos), voltar o mais cedo possível para Bartın e apanhar o autocarro das 16h30 para Samsun.



Facto curioso: pudemos comprovar que as aves turcas têm realmente qualquer problema psicológico (não, não me parece que esteja relacionada com a tal gripe). Tal como as aves em Istambul não dormem, há cisnes na costa do Mar Negro.



Quinto problema: os funcionários do autocarro (por estes lados existe habitualmente alguém a servir bebidas, e por vezes até mesmo uma fatiazita de bolo, durante as viagens) não eram muito dados a yabanciler (estrangeiros - segunda palavra mais ouvida), por isso arranjaram maneira de nos meter em lugares separados (embora tivessemos bilhetes para lugares juntos) e passaram o caminho todo a gozar com a situação. Eu, extraditada para um dos lugares à frente junto das mulheres de véu (que tentam manter a aparência de que nada se passa), a certo momento, ouço um dos funcionários a ser inteligentemente insultado em francês. Quem percebeu não proferiu mais uma única palavra até ao final da viagem. Por sorte, o ofendido não foi uma dessas pessoas ou provavelmente teríamos sido largados sozinhos numa estrada qualquer no fim do mundo.
Sexto problema: vá-se lá saber como, mas o certo é que a viagem durou menos umas cinco horas do que o previsto (como piada, circula a teoria de que se criam livrar o mais depressa possível dos yabanciler) e chegámos a Samsun antes das duas horas da manhã, o que nos leva ao sétimo problema: ficar na otogar e praticamente não dormir (o primeiro autocarro para Amasya era só as 8h30) ou tentar procurar um hotel onde passar a noite e adiar a partida por uma horas? Infelizmente, optámos pela segunda alternativa.
Infelizmente porquê? Primeiro fomos deixados à porta de um hotel 4 estrelas (a comunicação em turco continua a ter claramente ligeiras falhas). Segundo, todos os sítios que conseguimos encontrar com uma aparência mais normal tinham um preço igualmente abusivo. Por último, apercemo-nos que os únicos preços aceitáveis eram lugares com muito a desejar e altamente suspeitos (num deles, por exemplo, o gerente abriu a porta de todos os quartos para se certificar de se tinha ou não algum disponível).
Conclusão: uma hora de caminhada de volta para a otogar, onde chegámos às três da manhã, com a bela da tralha toda às costas e quase cinco horas sentados à espera do autocarro para Amasya.

1 comment:

Wakewinha said...

Apesar de todos os contratempos parece-me ter sido uma viagem fenomenal! O cão em duas fotos seguidas é coincidência, ou é mesmo vosso? 8)
Beijito de bom fim-de-semana*