(4 horas de viagem, total: 11 horas e meia dentro de autocarros)
Cansados da cidade de betão, não nos poderíamos ter sentido melhor ao chegar a Safranbolu, uma pequena antiga vila otomana classificada como uma World Heritage pela Unesco. Rodeada por montanhas e penhascos rochosos, coberta de neve, mas com um tempo relativamente agradável, pareceu-nos o paraíso.
Cansados da cidade de betão, não nos poderíamos ter sentido melhor ao chegar a Safranbolu, uma pequena antiga vila otomana classificada como uma World Heritage pela Unesco. Rodeada por montanhas e penhascos rochosos, coberta de neve, mas com um tempo relativamente agradável, pareceu-nos o paraíso.
Mais uma vez de mochilas às costas, a primeira coisa a ser feita foi procurar um sítio onde as deixar e onde passar a noite. Desta vez tivemos sorte e encontrámos uma pensão com dormitórios, gerida por uma simpática família. Resultado: metade do preço das noites anteriores e (dá para imaginar as nossas caras de satisfação) pequeno almoço caseiro incluído! Melhor impossível.
A pensão não só era extremamente acolhedora como também muito interessante a nível estético: uma casa típica de uma família muçulmana turca: sapatos não entram, carpetes e tapeçarias por todo o lado, camas, mesas e bancos mais baixos do que o habitual (praticamente ao nível do chão), a salinha de visitas cuidadosamente arranjada e (isto ainda não tinhamos tido oportunidade de ver antes) casas de banho privativas para cada quarto, encaixadas dentro de um móvel tipo roupeiro de parede. Fecha-se a porta e ninguém diria que há casa de banho. O inconveniente? Ter de se trepar quase meio metro para entrar.
Após o acalmar de toda a curiosidade relativamente a estes pequenos pormenores , lá nos decidimos a ir explorar um pouco a vila (não sem antes almoçar um fabuloso menemen, um prato parecido com uma omolete de tomates e pimentos, mas em estado líquido - embora cozinhado, claro).
Bastaram alguns metros para nos perdermos com os encantos de Safranbolu. Seria fácil visitar tudo o que há de turístico para ver em apenas um dia, mas a paisagem é tão impressionante e encantadora e o contacto com a natureza (raro nestes últimos meses) tão refrescante que não resistimos a decidir ficar dois dias. Até mesmo as pessoas, presumo que influenciadas por todo este ambiente, parecem mais felizes, amigáveis e calmas, sem o desenfreado síndrome do buyurum*, típico dos turcos.
Obrigatório ver: algumas das casas otomanas restauradas (como a Havuzlu Asmazlar Konağı, a Havuzlu Köşk Et Lokantası ou a Kaymakamlar Müze), o Cinci Hanı (um antigo caravenserai), o Cinci Hamam (o típico banho turco) e, como não podia faltar, algumas das mesquitas da vila, como a Köprülü Mehmet Paşa Camii e a İzzet Paşa Camii. No entanto, nada melhor do que passar horas a explorar as pequenas ruas de calçada e os bazares e aproveitar a fantástica paisagem em redor.
Mal tinhamos ideia do que estava para vir, ou teríamos tentado aproveitar e desfrutar ainda mais.
* palavra ouvida vezes demais, especialmente nas ruas e nos bazares, e que os vendedores não se cansam de repetir interminavelmente com a intenção de atrair os clientes.
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