Friday, February 11, 2005

Mais um esclarecimento: o Carnaval e a Páscoa

Curiosidades sobre o Carnaval...

A palavra Carnaval tem sido estudada ao longo dos tempos por vários pesquisadores. Segundo François Rabelais, no livro A Cultura Popular da Idade Média refere que «na segunda metade do século XIX, numerosos autores alemães defenderam a tese que a palavra carnaval viria de Kane ou Karth ou lugar santo, isto é comunidade pagã, os deuses e seus seguidores, e de Val ou Wal ou morto, assassinado, que dizer procissão dos deuses mortos, uma espécie de procissão de almas errantes do purgatório identificada desde o século XI pelo normando Orderico Vital, como se fosse um exército de Arlequins desfilando nas estradas desertas buscando a purificação de suas almas. Essa procissão saía no dia do Ano Novo, durante a Idade Média».
Para outros estudiosos, vem de Carrum Navalis, os carros navais que faziam a abertura das Dionisías Gregas nos séculos VII e VI a.C. e, para outros, a palavra Carnaval surgiu quando Gregório I, o Grande, em 590 d.C. transferiu o início da Quaresma para quarta-feira, antes do sexto domingo que precede a Páscoa. Ao sétimo domingo, denominado de “quinquagésima” deu o título de “dominica ad carne levandas”, expressão que se teria sucessivamente abreviado para “carne levandas”, “carne levale”, “carne levamen”, “carneval” e “carnaval”, todas variantes de dialectos italianos e que significam acção de tirar, quer dizer: “tirar a carne”. A terça-feira seria legitimamente a noite do carnaval. Seria, em última análise, a permissão de se comer carne antes dos 40 dias de jejum, Quaresma.
A origem do Carnaval vem do inconsciente colectivo dos povos. A Portugal, os festejos carnavalescos chegaram nos séculos XV e XVI. Nessa época, as ruas enchiam-se de pessoas que encenavam verdadeiras lutas. Havia o hábito de se comemorar o Entrudo à vassourada e à bordoada com colheres de pau. Em 1817 surgem os primeiros editais, fixados pelo intendente geral de polícias, a limitar as brincadeiras desta época festiva. Já nos finais do séc. XIX, as cidades de Porto e Lisboa quiseram pôr fim aos excessos e começaram a organizar bailes de máscaras em clubes. A chegada do Entrudo é festejada nas localidades portuguesas, com mais ou menos entusiasmo, de acordo com a tradição carnavalesca da região. Estando a origem das máscaras relacionadas com cultos antigos, o imaginário de um indivíduo é invadido por fantasias, e o ritual de transformação é preconizado todos os anos, como que uma metamorfose social.
por CRISTINA CORREIA
Lamego Hoje - 26-02-2004

Páscoa - Tradições e Símbolos

As Tradições e Símbolos Pascais
A Páscoa que celebramos nos dias de hoje pouco ou nada tem a ver com a que era inicialmente celebrada, tendo sido deturpada ao longo do tempo, sobretudo com a introdução de inúmeros rituais de origem pagã.
A palavra Páscoa tem origem no hebraico Peseach, que significa passagem, transição. A Páscoa cristã é ela própria uma adaptação das celebrações judaicas da Páscoa, em que se celebra a libertação do povo Judeu e a passagem do Egipto para a Terra Prometida através do Mar Vermelho, chefiada por Moisés. Os primeiros cristãos, sendo principalmente judeus que abraçaram a nova religião, continuaram a celebrar a libertação do povo judeu mas atribuíram-lhe um novo significado, utilizando como mote um outro tipo de passagem - a da morte para a vida, com a ressurreição de Jesus que, por coincidência, teve lugar na altura em que os judeus celebravam a sua Páscoa.
Da Páscoa cristã ficaram-nos as seguintes tradições e símbolos:
- a Cruz da Ressurreição: representa o sofrimento e a ressurreição de Jesus Cristo.
- o Cordeiro: simboliza Cristo, que é o filho e cordeiro de Deus, sacrificado em prol de todo o rebanho (humanidade). Embora tido como símbolo da Páscoa cristã, o cordeiro já era muito importante na Páscoa judaica e nos cultos Teutónicos, onde era frequente o sacrifício de animais aos deuses.
- Pão e Vinho: representando o corpo e sangue de Jesus, o pão e o vinho são dados aos seus discípulos, para celebrar a vida eterna.
- o Círio: vela de enorme dimensão que se acende no sábado de Aleluia, que simboliza "Cristo, a luz dos povos". Alfa e Ômega nela gravadas querem dizer: "Deus é o
princípio e o fim de tudo".
A palavra anglo-saxónica que significa Páscoa (Easter) tem origem pagã: deriva de Eastre, o nome da deusa Teutónica símbolo da primavera e da fertilidade, tradicionalmente celebrada durante o mês de Abril. Deste culto da natureza pelos antigos ficaram-nos tradições como a dos ovos de Páscoa e do Coelhinho da Páscoa. De facto, os coelhos simbolizam fertilidade e os ovos coloridos vida renovada, um velho ciclo que termina para dar lugar a outro que começa na Primavera. Nos países de influência anglo-saxónica são muito comuns os jogos com ovos coloridos, e a imagem dos coelhinhos é uma constante durante todo o período de celebração da Páscoa.
- Coelhinho da Páscoa: esta tradição nasceu na Alemanha, há muitos séculos, pelo que se dizia às crianças que os coelhos levavam os ovos e os escondiam nas ervas. Na manhã do dia de Páscoa as crianças tinham de procurar os ovos escondidos pelos coelhinhos.
- Ovos da Páscoa: os ovos de Páscoa são um costume típico de muitos países. Quer sejam ovos de galinha pintados, tradicionais sobretudo na Polónia e na Ucrânia, quer ovos de chocolate envoltos em papel decorativo brilhante, recheados de amêndoas e enfeitados com bonitas fitas, segundo os costumes mais ocidentais, o que é certo é que os ovos fazem parte do nosso imaginário pascal.
A datação da Páscoa
Ao contrário do que acontece com outros feriados e celebrações religiosas, a Páscoa não tem uma data fixa. Assim, no Concílio de Niceia (séc. IV d.C.) convencionou-se que a data da Páscoa fosse calculada em função da lua, entre os dias 22 de Março e 25 de Abril. Deste modo, o domingo de Páscoa é marcado para a primeira lua cheia depois do início da Primavera. Sendo que a Primavera se inicia a 21 de Março, a lua cheia determina que a Semana Santa se celebre entre 8 (Domingo de Ramos) e 15 de Abril (Domingo de Páscoa).Os quarenta dias que antecedem o Domingo de Páscoa denominam-se Quaresma, que para os cristãos é um período de oração, penitência e (alguma) abstinência, embora hoje em dia em Portugal estas práticas não sejam tão rigorosas como antigamente. A título de exemplo, no passado, durante a Quaresma, havia a total proibição de ingestão de alimentos de origem animal; nos dias de hoje, e em apenas alguns lares, apenas se evita comer carne à sexta-feira, enquanto dura a Quaresma.
Fonte: Comezainas

1 comment:

Alexandre Carvalho said...

1º Era um bocado óbvio que os primeiros cristãos fossem ex-judeus, já que o Cristianismo nasceu dentro do Judaísmo. De lembrar, que Jesus Cristo era um judeu.
2º «Os quarenta dias que antecedem o Domingo de Páscoa denominam-se Quaresma, que para os cristãos é um período de oração, penitência e (alguma) abstinência...»

Gostei particularmente do pormenor do «(alguma) abstinência»... lol
ainda bem q eu n sou cristão: N comer carne, abstinência, e rezar para uma entidade superior não tem muito a ver cmg. N estaria á altura desse desafio.