Wednesday, July 13, 2005

«Mar Adentro»


«Ramón (Javier Bardem) é um tetraplégico que está preso a uma cama há trinta anos. A sua única janela para o mundo é a do seu quarto, perto do mar, mar em que tanto viajou mas também onde teve o acidente que lhe roubou a juventude e a vida. Desde então que Ramón luta pelo direito a pôr termo à vida dignamente, luta pelo direito à eutanásia.

A chegada de duas mulheres à sua vida alterará a sua existência: Julia (Belén Rueda) é uma advogada que está disposta a apoiar a sua luta a favor da eutanásia, Rosa (Lola Dueñas), uma vizinha que não desiste enquanto não o convencer que viver vale a pena. A personalidade de Ramón acaba por cativar as duas mulheres, que são obrigadas a questionar, como nunca até então, os princípios que regem as suas vidas. Ramón sabe que só a pessoa que o ama verdadeiramente será aquela que o ajudará a realizar a sua última viagem...

Premiado com o National Board of Review e o Globo de Ouro e para Melhor Filme Estrangeiro, Grande Prémio do Júri e Prémio Melhor Actor (Javier Bardem) no último Festival de Veneza, Melhor Realização e Melhor Actor nos Prémios de Cinema Europeu, «Mar Adentro» começou com a leitura que o realizador fez de «Cartas desde el infierno», o livro que Ramón Sampedro publicou em 1996. Aos 25 anos, Sampedro sofreu um acidente, ao mergulhar no mar. Imóvel do pescoço para baixo, voltou a casa. Estava decidido a morrer. Mas a paralisia total impedia-o de levar a cabo esta decisão com as próprias mãos. Optou então por um procedimento legal para conseguir o seu objectivo. Um processo que demorou anos, teve imensa repercussão nos meios de comunicação social, nacionais e internacionais, mas que não atingiu o objectivo pretendido. Em 1998, levou a cabo um plano para pôr fim à vida sem incriminar nenhuma das pessoas próximas. Morreu a 12 de Janeiro de 1998.
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Fonte: Cinema2000.



Já há algum tempo que andava para ver este filme. Era um dos que foram ficando em lista de espera, o que até acabou por ser melhor: este é daqueles filmes que têm de ser saboreados de uma maneira que só quem está livre de preocupações exteriores consegue. E vale cada um dos seus segundos. Mar Adentro é um filme bastante duro (ou não fosse ele um filme sobre a morte, ou melhor, sobre o direito à morte), mas, estranhamente, consegue transmitir imensas sensações positivas(daquelas pequenas sensações das quais só desfrutamos quando tomamos consciência da sua efemeridade). E isto de uma forma tão natural que, tratando-se de um filme, até causa alguma estranheza. A mim pelo menos causou (no bom sentido). Para além disso, quando o protagonista leva duas mulheres a questinar os princípios pelos quais regem as suas vidas (não, não vos vou contar a história), consegue levar também o público a interrogar-se e a pensar, o que é sempre positivo. Por isso mesmo, recomendo e incentivo todos os digníssimos leitores deste blog (sim, são uma comunidade imensa que já não passa despercebida facilmente) a reservarem duas horitas para o ver.

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