Wednesday, January 19, 2005

Morte Lenta

Morre lentamente quem não viaja, quem não lê, quem não ouve música, quem não encontra graça em si mesmo...
Morre lentamente quem se transforma em escravo do hábito, repetindo todos os dias os mesmos trajectos, quem não muda de marca, não e arrisca a vestir uma nova cor ou não conversa com quem não conhece...
Morre lentamente quem evita uma paixão, quem prefere o negro sobre o branco e os pontos sobre os "is" em detrimento de um remoinho de emoções, justamente as que resgatam o brilho dos olhos, sorrisos dos bocejos, corações aos tropeços e sentimentos.
Morre lentamente quem não vira a mesa quando está infeliz com o seu trabalho, quem não arrisca o certo pelo incerto para ir atrás de um sonho, quem não se permite pelo menos uma vez na vida fugir dos conselhos sensatos.
Morre lentamente, quem passa os dias queixando-se da sua má sorte ou da chuva incessante.
Morre lentamente, quem abandona um projecto antes de iniciá-lo, não pergunta sobre um assunto que desconhece ou não responde quando lhe indagam sobre algo que sabe.

Pablo Neruda

5 comments:

Alexandre Caetano said...

Só morre quem quer, e quem nada pode fazer contra isso. Luis Vaz de Camões ainda não morreu, como se pode comprovar...

Alexandre Carvalho said...

hmm...
n percebi bem a cena do luiz de camões... mas ok
qto ao pablito, sabes q ele era comuna?
Parece que é sina tua... ;)

Susana Nunes said...

LOLOL... A cena do Camões também não percebi... Quanto ao facto de ele ser comuna, não me surpreende... ;)

Alexandre Caetano said...

Cambada de ignorantes, xiça...
As pessoas só morrem quando nos esquecemos delas. Luis Vaz de Camões nunca foi, nem será esquecido, logo não morreu, será eterno. Agora quanto muito podes perguntar que relação fiz eu com este texto, porque isso nem eu agora percebo... :s

Susana Nunes said...

lol... ignorantes por não entendermos algo que nem tu próprio sabes explicar... :P