Thursday, June 28, 2007

Palavras que nunca te direi...

«Tenho saudades de ti. Saudades dos nossos momentos... Saudades dos nossos momentos bons e dos maus também. Tenho saudades das nossas conversas sem pé nem cabeça, saudades das nossas discussões. Tenho saudades dos nossos passeios, da nossa vida nada parecida, do teu sorriso quando falavas algo engraçado, da tua cara de ódio, quando mesmo sem querer eu te irritava.

Saudades do nosso amor intenso, único e todo errado, das nossas manhãs, tardes, noites e madrugadas. Tenho saudades do teu ciúme com fundamento e dos sem fundamento também. Saudades dos teus medos e da maneira que eu cuidava deles. Saudades da maneira como tu te preocupavas comigo, saudades da tua fraqueza, que me dava força para ser forte. Saudades do nosso primeiro beijo e do último também.

Saudades da nossa vida tão igual e tão desigual. Tenho saudades de quando tu aparecias do nada e me fazias sorrir pelo simples facto de estar ali. Tenho saudades do teu amor intenso, da maneira que tu dizias “eu amo-te” deixando um brilho nos meus olhos. Saudades das tuas mãos nas minhas, a minha boca na tua. Saudades dos meus braços à procura dos teus e dos teus braços procurando os meus.

Tenho saudades dos planos que fizemos, dos nossos sonhos impossíveis que na nossa vida tentamos juntos construir. Tenho saudades de tudo que se realizou e de tudo que não se realizou. Os nossos telefonemas antes de dormir, as nossas palavras doces, nossas palavras duras e a nossa vontade de ser o outro de ser do outro. Tenho saudades da nossa música que até hoje toca para me fazer sentir mais saudades. Saudades dos nossos presentes no Natal e aniversários, da tua vontade encantadora de me surpreender.

Tenho saudades de ti ao meu lado, tenho saudades da tua presença em mim mesmo na tua ausência. Tenho saudades de ti fazendo-me chorar e eu fazendo-te sofrer. Tenho saudades de tudo o que vivemos e do que não conseguimos viver. Tenho saudades da tua maneira de não saber me amar que me fazia sentir o homem mais amado do mundo. Tenho saudades da nossa dependência um do outro, da nossa forma de esquecer o mundo quando estávamos juntos. Da nossa maneira simples de ver a vida. Vida que não foi nada simples.

Tenho saudades de ser teu, só teu. De te pertencer inteiramente, fazendo parte da tua vida, saber o que estavas a fazer e com quem estavas a fazer. Tenho saudades da nossa história, a mais estranha que alguém já escreveu. Tenho saudades do que contamos um para o outro, dos segredos que temos, que escondemos. Saudades do meu aniversário, do teu aniversário. Saudades do nosso “tempo”, de cantar mas estar a cantar só para ti. Tenho saudades do nosso namoro escondido, onde só éramos eu e tu. Tenho saudades do nosso amor, nossas juras, nossas promessas, nossos encontros e dos nossos desencontros.

Tenho saudades de dizer “amo-te para sempre”, 4ever. Tenho saudades de ouvir “amo-te para sempre”, 4ever. Tenho saudades de estar contigo, simplesmente por estar. Tenho saudades de tua amizade, da tua força e de tua confiança em mim, em nós. Tenho saudades da tua voz, do teu carinho, da tua paixão, do teu desejo, das tuas loucuras, da tua inteligência, do teu talento. Saudades de ti quando estavas comigo. Saudades de mim quando estava contigo. Saudades do nosso casamento que não aconteceu. Saudades dos filhos que não tivemos. Saudades da cama que não dividimos. Saudades do futuro que não vivemos. Saudades de ti.

Mas o que mais dói de toda esta saudade é saber que de tudo que eu sinto saudades está destinado para outro alguém. Outro alguém que já odeio antes de existir, outro alguém que não terá a mesma saudade que eu sinto, porque não serei eu. Como dizia o poeta “em algum lugar deve existir, uma espécie de bazar, onde os sonhos extraviados vão parar”. Acho que os nossos sonhos e planos se extraviaram e foram parar nenhum lugar, mas na minha mente, nela pararam e não me deixam seguir em frente nem viver, não me deixam sentir saudades de outro alguém. E é por isso que vivo sentindo saudades. Saudades de mim, de ti, saudades de nós...»

2 comments:

Rita said...

Mais que lindo...
É bom ver que ainda existe amor verdadeiro e sincero... Este texto tem de inspirador como de inquietante...

Anonymous said...

Não pude deixar de comentar. Este texto está simplesmente fantástico. Muitos Parabéns. Amei.