Tuesday, July 05, 2005

Filarmónica Gil

«Nos últimos 30 anos João Gil emprestou o seu talento aos Trovante, Rio Grande, Cabeças no Ar e Ala dos Namorados, entre outros. Agora é a vez da Filarmónia Gil. O projecto, ao qual, pela primeira vez, deu o seu nome, é um novo “golpe de rins” de um dos mais criativos músicos portugueses que sempre “recusou a acomodação” e nunca teve medo de “recomeçar de novo”(...).
Para esta nova aventura, já em disco, João Gil recuperou velhos companheiros, como João Monge (letras) ou Sara Tavares e “descobriu” novos e inesperados cúmplices: o ex-Silence 4 Rui Costa (guitarras, órgão, sintetizadores) e Nuno Norte (voz). E, algures entre as ruelas de Lisboa, de ‘Camões e Pessoa’ à ‘segunda circular’, às vezes no ‘fio da navalha’, Gil deu vida a uma série de personagens urbanas e boémias. Da perda fez poesia e deu vida a um dos discos mais “sanguíneos” da música portuguesa, como gosta de o caracterizar.
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Deixa-te ficar na minha casa

Tenho livros e papeis espalhados pelo chão
A poeira de uma vida deve ter algum sentido
Uma pista, um sinal de qualquer recordação
Uma frase onde te encontre e me deixe comovido

Guardo na palma da mão o calor dos objectos
Com as datas e locais. Porque brincas, porque ris.
E depois o arrepio: a memória dos afectos
Que me deixa mais feliz

Deixa-te ficar na minha casa
Há janelas que tu não abriste
O luar espera por ti quando for a maré-vasa
Ainda tens que me dizer porque é que nunca partiste

Está na mesma esse jardim com vista sobre a cidade
Onde fazia de conta que escapava do presente
Qualquer coisa que ficou, que é da nossa eternidade
Afinal, eternamente.

Deixa-te ficar na minha casa
Há janelas que tu não abriste
O luar espera por ti quando for a maré-vasa
Ainda tens que me dizer porque é que nunca partiste.

2 comments:

R. said...

ja ma recomendaram ;)

Nuno Gonçalves said...

do que ja ouvi é de facto mt bom ;)