Tuesday, June 28, 2005

«a osteoporose das palavras »

Porque o amor, como todas as coisas periclitantes no limiar da sobrevivência, é uma bailarina em pontas, um trapezista, um bêbado que se poupa a testa ao candeeiro de rua, um beija-flor num ramo em dia ventoso; e esta coisa do bem-querer-até-não-mais-poder, ora lhe dá de frente ora empurra de trás, tanto puxa daqui como empurra dali e, quando chega acolá, já está outra vez de partida.
Porque o amor (embora eles não o soubessem) é uma balança antiga de mercearia com todos os seus contrapesos de ferro: neste prato, quinhentos gramas de conversa, no outro, cento e cinquenta de silêncio; para quatrocentos gramas de abraços e cinquenta de chupões no pescoço, cento e vinte gramas de tédio e trinta e cinco de coisas que nunca deveriam ser ditas.


Ler texto completo em: Controversa Maresia.

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