Sunday, February 06, 2005

Campanha Eleitoral - Os truques (ou não)

Não sei se será de admirar, no contexto em que nós, portugueses, nos encontramos, que os partidos políticos se deparem com a necessidade de "comprar" apoiantes (figurantes) que assistam aos seus comícios, para que não falem para salas vazias, para que tenham ainda quem os oiça (ou o pareça fazer). O insólito é o povo vender-se por tão pouco. Ou não será? Afinal é apenas à «bom português»: quem resiste a uma ementa de porco na brasa, regado com uma garrafita de vinho, à borla? Pois... De barriga cheia, ouve-se qualquer coisa, mesmo que, mais tarde, se tenha uma forte indigestão. «O que é que isso interessa?»

Meia hora antes do comício do PS arrancar ainda os autocarros fretados pela estrutura local do partido despachavam gente de todo o distrito à porta da sessão socialista. E já tudo é feito às claras!
O PSD, algumas centenas de metros ao lado, contratou meia dúzia de porcos que espetou na braza, e serviu bem regados de vinho a quem aceitasse ficar para ouvir os oradores "laranja".
Enquanto isso Santana mandara um dos seus homens sombra espiar a concentração socialista.
A Câmara socialista de Castelo Branco contratara entretanto um grupo de folclore para abrilhantar um comício partidário.Sócrates e Santana cantaram ambos vitória, depois de contadas as espingardas. Mas que vitória?
Nós sabemos que eles sabem como se enche uma praça ou um pavilhão. As espingardas estavam mais do que contadas antes do arranque do combate.»
Pedro Coelho

(Nota: o "contratou meia dúzia de porcos" também não me soou bem, mas não é da minha autoria... E do PSD pode esperar-se tudo, não é?)

No entanto, mesmo com toda esta organização, a cedência de transportes gratuitos, a «contratação de porcos» e de ranchos folcolóricos, a oferta de vinho (tudo pago por nós, contribuintes), as salas não se encheram... Isto sim é realmente de admirar. Sinal dos tempos que correm?

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