Tuesday, January 25, 2005

Há dias assim...


«Eu disse "eu não faço nada. fico horas a olhar para uma mancha na parede"
Tu disseste "e nunca sentiste a mancha a alastrar, as suas formas num palpitar quase imperceptível?
"Eu disse "não. a mancha continua no mesmo sítio, eu continuo a olhar para ela e não se passa nada"
Tu disseste "e no entanto a mancha alastra e toma conta de ti. liberta-te do corpo. tu é que não vês"»

Muitas vezes, não nos lembramos de que todos nós estamos integrados numa teia social, de que existe muito mais para além de nós próprios. Sinceramente, lamento muito por todas as vezes que magoei alguém, por todas as vezes em que me perdi no fascínio do isolamento, quando contavam com a minha companhia. Lamento também por todas as vezes em que não correspondi às expectativas das pessoas de quem gosto, em que desiludi alguém que não queria. Tenho consciência de que não faço o melhor que sei, mas tenho feito o melhor que posso. Infelizmente, isso nem sempre é o suficiente para toda a gente. Há sempre alguém que quer mais... e mais... mas estou cansada... vou dormir.

(Eu sei que isto vai contra tudo o que tenho dito ao Sr. Caetano sobre a autonomia individual, mas todos temos dias assim...)

6 comments:

Alexandre Carvalho said...

«Tenho consciência de que não faço o melhor que sei, mas tenho feito o melhor que posso.» Lembras-te o q disseste sobre a minha frase «and i would give you my blood, so i could run inside your veins»? Acho q tou a ter a mm sensação agr:) a sensação q tocaste num ponto bastante sensível e q conseguiste-o descrever melhor q alguma vez imaginava...

Alexandre Caetano said...

Mas eu digo apenas que não se consegue viver numa sociedade de paz. Há certas e determinadas coisas que não se pode pedir ajuda a mais ninguém. Há coisas que não fazem sentido fazerem-se sozinhas, mas têem que ser feitas dessa maneira.

Susana Nunes said...

Não sei bem porquê, consegues pegar sempre nos pontos menos importantes das minhas mensagens... O que interessa passa-te completamente ao lado... =P O importante aqui é aquilo que os que nos rodeiam esperam de nós, e aquilo que estamos dispostos a dar, pois nem sempre há uma correspondência. Há quem tenha uma necessidade maior de viver em sociedade, de "socializar" constantemente, e há quem tenha uma necessidade maior de isolamento, de "passar horas a olhar para uma mancha na parede". E isso, apesar de necessário, pode ser mal interpretado pelos primeiros, pois não sentem tanto essa necessidade, capiche?

Alexandre Caetano said...

Metodos de vida... Eu nucna espero nada de ninguém. Nunca tentei advinhar o que as pessoas iriam fazer porque eu reagi daquela ou de outra maneira. Pessoalmente também prefiro estar a olhar para a mancha na parede. Pode nascer algo, uma fonte qualquer que ilumine a nossa (meu) existência. Depois à nossa volta? Eu não giro à volta de ninguém. Lá está, independência é precisa. Não tenho que prestar contas a NINGUÉM da minha vida, apesar de haver pessoas a quererem saber muito dela. Logo não há mundos a girarem à volta de outros.

Susana Nunes said...

POis... Lá está... Falar é muito fácil. Ainda há pouco tempo estivemos a falar sobre o que os teus pais achariam de mudares de curso. Só isso já diz tudo. Para além disso, quantas vezes não fazes o que te apetece, por causa de outras pessoas? Quantas vezes hesitas em tomar uma decisão, por não saberes a sua reacção. Se pensarmos nisto assim, acredita que vais ter demasiadas respostas. São muito pouco aquele que realmente podem afirmar que são independentes de qualquer outra pessoa. E esses muito provavelmente viverão primitivamente isolados numa ilha ou numa mata qualquer.

Alexandre Carvalho said...

Pegando no título do post, mas mudando completamente de assunto: Vcs já se perguntaram o q é q o José Cid come ao pequeno almoço?... Ontem lembrei-me disso, mas sinto-me perdido...

Notícia do 24hrs: Abramovich vai comprar o Benfica.