"(...) Outra crítica à publicidade passa pelo uso de imagens de nudez feminina, de mulheres erotizadas, objecto e/ou sujeito de sexualidade (vejam-se as recentes polémicas com o anúncio da Dolce&Gabana e com o cartaz do Crazy Horse no Casino de Lisboa), ou simplesmente da mulher enquanto símbolo de algo desejado (como na publicidade à SuperBock no Verão passado). Aqui, é-me impossível concordar com aquilo que normalmente vem a público como posição feminista: a ideia de que estas imagens ofendem a mulher, a “utilizam” e “degradam”, porque a “transformam em objecto sexual”.
Perdão? Transformam? Eu julgava que éramos todos, homens e mulheres, sujeitos e objectos sexuais, graças a deus, muito obrigada. Como mulher e feminista, ofende-me o conceito de que tudo o que tem a ver com sexo é do interesse masculino, ergo mulheres retratadas em situações sexuais estarão apenas a ser usadas pelos homens. Mostrar o corpo feminino como algo de belo e desejável, só pode parecer mal a quem tem saudades de outros tempos, dos tempos do recato e do controlo público sobre as mulheres. Dos tempos em que mulheres que mostravam (ou usavam) o corpo não mereciam respeito. Em que uma mulher publicamente sexualizada era uma mulher, de alguma forma, menor. (...)"
Bem dito.
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