Wednesday, October 13, 2004

Por favor...

Epah, nem sei por onde começar.
Eu queria que a vida fosse linda, como um conto infantil, mas simplesmente temos injustiças, levamos com facadas nas costas, mas certamente também há proveitos. Proveitos, digam-me o que isto é, eu não sei, talvez não tenha nascido para os ter. Nascer para ter, existe isso, ou são mitos? Será que há pessoas que nascem para sofrer? Será que serei uma dessas?
E agora penso que talvez não. Tenho bons amigos, tenho uma familia que não me posso queixar (tirando alguns), só não tenho aquele objectivo na vida traçado. AH! Falta-me também uma pessoa ideal, uma que me acompanhe nos bons e maus momentos da vida. Sei que amo alguém, esse amor talvez dure. É um amor totalmente platónico, e não sei nada sobre a outra pessoa que me esclareça o que posso, devo, tenho que fazer para o adquirir. Talvez o melhor seja mesmo a desistência, mas nunca gostei de desistir. Amo amá-la, mas não a posso amar, pois amo o impossivel e não sei como parar.
Queria pedir apenas que houvesse alguém a dizer como, o quê, e onde, é que tenho de procurar uma vida, uma vida com uma alegria inesgotável, pois mesmo sendo alegre, mesmo sem alcool, existo e n vivo, porque viver é ter um objectivo traçado, e existir é apenas ter um corpo sem destino que não sabe onde vai parar...
Alexandre MM Caetano


2 comments:

Susana Nunes said...

Primeiro: "nasceste para sofrer"? Não achas que estás a ser dramático demais? Não é bem assim... Sabes bem o que tens de bom na tua vida. Acho que não imaginas a quantidade de pessoas que está muito, mas muito pior do que tu.
Em segundo lugar: achas que viver com um destino traçado é a melhor maneira de viver? Que piada teria se assim fosse? Não terias surpresas nem nada inesperado na tua vida. Não é a incerteza do futuro que nos dá esperança? Que nos faz agarrar à vida e lutar?

Alexandre Carvalho said...

eh lá... chama-lhe desabafo, é o melhor texto q li de ti!
Como n te conheço, n vou ser eu q te trarei as respostas q queres ouvir, mas, 1ª lição: as respostas q queremos ouvir não são necessariamente as melhores, são apenas teimosias nossas a vontade de que tudo seja como nós queremos. Queremos, ponto final, n há mais perguntas, nem mas nem meio mas, é como eu digo e mais nada... é isto geralmente q acontece. Quanto á cena do «viver pra sofrer», epah eu vou tentar uma abordagem ligeiramente diferente da da susana... vivemos num mundo de competição, de chegar primeiro q todos, de sermos melhor q os outros, de nos destacarmas perante a massa de gente q nos rodeia... esta tendência de individualizar tudo, de tudo ser apoiado na individualidade, é q te leva (e tb já me levou, e a muita gente já deve ter levado) a individualizar uma coisa q é comum a todos, mas q sentes q é tua e só tua: o fracasso. N consegues ser feliz, logo pensas q n foste feito para o ser. Errado. Todos nós passamos por isso, uns bem mais q os outros, mas enquanto a sociedade continuar a ser apoiado na individualização, nós vamos continuar a estar mais preocupados com a nossa dor do que com a do vizinho, e esquecemo-nos q os grandes feitos, sejam pessoais ou históricos, foram feitos em colectivo. tenho dito.